País

Hospital de Gaia pode ter de transferir doentes

A gestão de camas tem sido diária e os ajustes acabam por penalizar, sobretudo, utentes com cirurgias programadas. 90% dos médicos - serão mais de 100 - recusam-se a fazer mais horas extras nos cuidados intensivos.

Loading...

No Centro Hospitalar de Gaia, há doentes oncológicos com cirurgias adiadas devido à falta de cama em cuidados intensivos. A administração confirma que a capacidade está reduzida a quase metade.

"Damos sempre prioridade a doentes urgentes e emergentes e tentamos gerir as outras unidades para que as cirurgias necessárias não sejam adiadas (...) mas obviamente com a redução de camas, existem alguns constrangimentos", diz Raúl Neto, médico do Centro Hospitalar de Gaia.

Este médico intensivista não especifica a dimensão dos constrangimentos, mas fonte do hospital confirmou à SIC que há doentes oncológicos com cirurgias adiadas por falta de vagas nos cuidados intensivos, serviço que reduziu a capacidade para quase metade das camas.

"Tínhamos 28 médicos, mas estamos neste momento estamos a operar com 16. Isto deve-se a entrega da recusa do trabalho extraordinário de grande parte dos médicos - no total 43 médicos."

Um dado confirmado também pela administração do hospital e que se deve à recusa de 90% dos médicos em fazer horas extra nos cuidados intensivos. Serão já mais de 100 os médicos a fazê-lo em diferentes serviços do Hospital de Gaia.

Ortopedia tem cenário mais crítico

Na ortopedia, cirurgia geral, anestesiologia e medicina interna estão as maiores baixas. Com apenas um médico no turno desta sexta-feira no serviço de ortopedia, o Hospital de Gaia poderá mesmo ser obrigado a transferir doentes.

Ainda assim, confrontado com estes números, a administração referiu ao JN que ainda não há constrangimentos a assinalar na resposta diária aos utentes.