No início do debate parlamentar preparatório sobre a reunião da próxima semana no Conselho Europeu, após questões colocadas pelas deputadas socialistas Rosário Gamboa e Jamila Madeira sobre a atuação política da União Europeia no conflito que opõe Israel ao movimento Hamas, António Costa garantiu que a União Europeia tem de falar a uma só voz e sem duplicidade de critérios.
"A posição da União Europeia tem de ser a de uma só voz e não pode ter uma duplicidade de critérios, porque, para nós, a violação do direito internacional é tão relevante na Ucrânia como em Israel, na faixa de Gaza ou em qualquer outro ponto do mundo", declarou o líder do executivo português.
António Costa advertiu depois que, "se a Europa quer ser respeitada globalmente, tem de se dar ao respeito".
"E, para isso, não pode dar qualquer dúvida a ninguém de que aplica os mesmos critérios e a mesma firmeza em qualquer parte do mundo, seja contra quem quer que seja", disse Costa, numa alusão crítica indireta à atuação de membros da Comissão Europeia.
"No Conselho Europeu [extraordinário de terça-feira] , desta vez, a União Europeia não teve a menor dificuldade em encontrar a unanimidade. O problema não esteve no Conselho", reforçou.
Na questão em concreto sobre o conflito no Médio Oriente, António Costa reiterou a sua posição de que Israel "tem o direito de se defender militarmente contra o Hamas, mas na sua defesa tem de respeitar o direito internacional".
"Entendemos que o bloqueio que existe sobre a Faixa de Gaza não cumpre e não respeita o direito humanitário e entendemos que é fundamental existir um cessar-fogo com a criação de corredores de segurança e reforço do apoio humanitário", acrescentou.
Antes, Rosário Gamboa tinha feito uma intervenção em defesa da diplomacia, da importância de evitar "o gatilho do Irão" e de uma posição "clara" por parte da União Europeia em relação ao conflito entre Israel e o Hamas.
Uma linha que também foi seguida no discurso "contra a barbárie" e em defesa da integridade territorial e do respeito pelo direito internacional feito pela deputada socialista Jamila Madeira.