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Algarve: destruição provocada pela depressão Bernard vai levar "dias a limpar"

Os ventos acima dos 100 quilómetros por hora, no Algarve, deixaram um rasto que vai demorar a limpar. Houve mais de 300 ocorrências no distrito de Faro.

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Mais do que a chuva, os ventos fortes trazidos pela depressão Bernard provocaram estragos ainda não contabilizados em estruturas e em dezenas de viaturas no Sul de Portugal. A Proteção Civil registou 400 ocorrências, quase todas no Algarve, devido à queda de árvores. Ainda há muito trabalho de limpeza por fazer.

Os bombeiros tentam agora chegar onde não conseguiram durante a tempestade. Os ventos acima dos 100 quilómetros por hora deixaram um rasto que vai demorar a limpar.

"Derrubou-nos três árvores que tínhamos no quintal, duas de grande porte. Uma delas ainda está tombada na casa", conta à SIC Bruno Pessoa, morador.

centenas de árvores caídas só no concelho de Faro, que à passagem da depressão Bernard, registou 145 ocorrências.

"Ontem a prioridade foi pessoas e bens, desimpedir vias de comunicação", diz Rui Graça, coordenador da Proteção Civil Municipal de Faro.

O vento chegou a atingir aqui os 106 quilómetros por hora, arrancando pela raiz árvores de grande porte. Há estragos em escolas e em pavilhões, mas acima de tudo em dezenas de viaturas danificadas.

Marco Canas, um morador, cuja viatura ficou danificada com a queda de uma árvore, diz à SIC:

"Vamos ver se a Câmara cobre as despesas. A árvore é deles".

No entanto, Rogério Bacalhau, presidente da Câmara Municipal de Faro, refere que quando uma árvore cai, sem ser em intempéries, a autarquia é responsável. Neste caso, afasta responsabilidades.

"Não há uma responsabilidade direta do município, portanto, não podemos cobrir os prejuízos. Vamos ver se com a CCDR haverá alguma possibilidade. Caso não exista, cada um terá de suportar a sua parte", diz.

A Proteção Civil lidou com mais de 300 ocorrências em todo o distrito.

Os ventos cruzados atrasaram aviões em terra e tornaram difícil a tarefa dos pilotos que se faziam à pista. Nove voos tiveram de divergir para Lisboa, Porto e Sevilha.

Na ria, houve embarcações à deriva e danos no porto de pesca da ilha da Culatra.

As ondas na costa Sul chegaram a ultrapassar os 4 metros.