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PSD defende "pacto nacional" para o SNS com setor social e privado (e não só)

Em Belém, Luís Montenegro expôs os problemas do SNS e, mais importante, deu soluções que, na sua ótica, permitem uma projeção do serviço para “duas ou três décadas”. O líder da oposição apresenta-se disponível para conversar com todos os partidos para melhorar a saúde dos portugueses.

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Luís Montenegro expressou as suas preocupações sobre o estado do Serviço Nacional de Saúde a Marcelo Rebelo de Sousa, onde disse haver uma descoordenação entre diretor executivo e ministro da Saúde. Para o líder da oposição, o modelo do Governo socialista está gasto e precisa de uma reforma estrutural para as próximas décadas.

O presidente do PSD apresentou-se esta quarta-feira em Belém, após as declarações do diretor executivo do SNS sobre como estará a Saúde em novembro.

Montenegro visou como prioridade “tranquilizar o povo português”, impor a “verdade” e “projetar o futuro”, na sua audiência urgente com o Presidente da República.

O líder da oposição disse também que apenas transmitiu o essencial e “mais importante”: o setor da saúde precisa “de uma diligência forte”.

“Com uma dimensão estratégica e estrutural, precisamos de um pacto nacional para a saúde, que envolva Governo, partidos e todos os setores de atividade, público, social e privado”, explica, acrescentando que “o país precisa de um líder capaz de juntar as pessoas, juntar os setores e partidos políticos para podermos ter estabilidade no caminho de afirmação e concretização do direito de acesso universal e gratuito aos portugueses”:

Luís Montenegro disse que já não se pode esconder a realidade do SNS e que o próprio Governo antecipa o caos para os próximos meses.

O diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS) alertou que novembro pode ser o mês mais difícil de sempre para os hospitais públicos, se não houver acordo entre médicos e o Governo. Mas Montenegro refere que acordo não resolverá tudo.

“Também é preciso dizer que o país tem de saber a verdade, independentemente de se chegar a um acordo, não podemos ter a expectativa falsa de que todos os problemas do SNS estão dependentes desse acordo, é preciso tranquilizar mas ter sentido de responsabilidade”, refere Montenegro.

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Para o PSD, mesmo que se acorde algo entre médicos e Governo, tal não fará com que o SNS comece a melhorar a sua prestação de serviços.

Por outro lado, Montenegro também refere que, tanto o ministro da Saúde, como o diretor executivo estão descoordenados.

“É de evitar que, por um lado, o ministro da Saúde apareça a funcionar como diretor executivo do SNS e esse apresentar-se como ministro. O que aconteceu ontem e hoje é extraordinário, os dois aparecem a rivalizar com duas entrevistas tentando um justificar o trabalho do outro”, justifica o social-democrata.

Para o líder da oposição, os quase nove anos de governação socialista mostram o “fracasso completo” da solução que António Costa apresentou para o SNS.

Mais. O social-democrata entende que o Governo está numa “fase descendente” e que é preciso haver “bom senso” para projetar a saúde dos portugueses para as próximas duas ou três décadas.

Fernando Araújo e o mês difícil

Em entrevista ao jornal Público, publicada esta terça-feira, Fernando Araújo afirma que os profissionais devem “reclamar direitos, mas de uma forma que seja eticamente irrepreensível”.

Na sexta-feira, o ministro da Saúde vai receber os principais representantes dos médicos para retomar as negociações. Fernando Araújo revela que a questão das 150 horas extra está a condicionar o processo de reorganização das urgências.

O responsável pelo SNS avisa ainda que, em breve, as urgências hospitalares estarão abertas apenas para doentes referenciados pela linha de saúde 24.