A chuva dos últimos dias não foi suficiente para acabar com a seca no Algarve, mas serviu para humedecer os solos e repor alguma água nas barragens do sotavento algarvio. A Associação de municípios quer que sejam estudadas soluções para a gestão da água na região.
A chuva dos últimos dias permitiu a recarga de 3,5 milhões de metros cúbicos nas barragens de Odeleite-Beliche, cerca de 10% do que a zona do sotavento algarvio consume por ano.
As três principais barragens que asseguram o abastecimento público na região estão muito abaixo da capacidade útil total. Apesar da chuva que caiu, numa semana, a barragem de Odelouca, em Silves, aumentou apenas 6,7% o volume de água armazenado.
As reservas mais perto da fronteira cresceram um pouco mais: Odeleite quase 15% e Beliche perto de 13%. Com os números atuais, se não chover mais, o Algarve tem água para menos de um ano.
Já estão em cima da mesa algumas soluções
O plano de resolução e resiliência vai pagar 200 milhões de euros em obras consideradas essenciais: combate às perdas no abastecimento público e agricultura, reutilização de água das estações de tratamento para golfes, jardins ou lavagem de ruas, uma dessalinizadora e captação de água no rio Guadiana.
As soluções com maior impacto no abastecimento de água ao Algarve só deverão estar prontas em dois e três anos. É o caso da ligação ao Pomarão, para aproveitar água do Guadiana e a dessalinizadora, que vai permitir usar água do mar. Ainda nem esta obra arrancou e já o Algarve reclama que uma não basta, serão precisas duas.
A seca dos últimos anos não fez cair apenas para os mínimos históricos o volume de água nas barragens, também os aquíferos do Algarve estão com níveis mais baixos dos últimos 20 anos. Durante estas duas décadas, a precipitação diminuiu 15%.