O primeiro-ministro reuniu-se esta manhã com o Presidente da República em Belém. A reunião durou pouco mais de meia-hora. A audiência foi pedida por António Costa por causa das buscas, incluindo na residência oficial do primeiro-ministro, que envolvem o chefe do gabinete de António Costa, o ex-ministro João Matos Fernandes, o ministro do Ambiente e das Infraestruturas. Em causa está um processo que investiga os negócios do hidrogénio e do lítio. Até ao momento o primeiro-ministro não se pronunciou sobre a investigação que já levou à detenção de pelo menos cinco pessoas. Bernardo Ferrão considera que “é difícil dizer nesta altura que cenários que estão em cima da mesa”.
"Nós sabemos pela experiência destes oito anos de governação como é que António Costa, e não é sempre da mesma forma, gere ou reage a investigações dos seus ministros ou de gente próxima do Governo, mas sobretudo dos seus ministros e secretários de Estado.
Por exemplo, lembro-me quando foi no caso Miguel Alves, António Costa disse que ser arguido não era um prenúncio de acusação e que ele próprio, disse António Costa, também já tinha sido arguido.
Não há aqui uma doutrina única por parte de António Costa relativamente à constituição de arguido de gente do seu executivo", sublinha Bernardo Ferrão.
O diretor adjunto da SIC cita mais alguns exemplos: “Já tivemos casos em que essas pessoas sentiram que estavam muito fragilizadas e saíram elas próprias”.
“Tivemos o caso de Eduardo Cabrita, tivemos uma série de casos em que acabaram por ser constituídos arguidos, mas que saíram antes ou depois dessa constituição”.
Bernardo Ferrão destaca que “estas histórias, estes casos, estas investigações têm muito tempo. O caso do lítio de Montalegre, que envolve João Galamba e João Matos Fernandes, há seguramente mais de 1 ano".
Em relação a Sines, “sabemos que há neste momento um hub gigantesco de investimento e de novas tecnologias, etc, mas que nem tudo o que acontece em Sines pode estar completamente dentro da legalidade. Há alguns esquemas, para para ser simpático, e alguma falta de transparência pode estar a acontecer".