Começou esta quinta-feira o julgamento do piloto instrutor que aterrou de emergência na Costa da Caparica e provocou a morte de duas pessoas, um adulto e uma criança. Diz que cumpriu todos os procedimentos e que fez tudo para não aterrar num local com tantas pessoas.
A primeira sessão de julgamento acontece seis anos depois do acidente que matou duas pessoas, um homem de 56 anos e uma criança de oito, na praia de São João da Caparica.
Carlos Conde d'Almeida, o piloto instrutor da aeronave, está acusado de dois crimes de homicídio por negligência e do crime de atentado à segurança de transporte por ar.
Na sessão desta quinta-feira, o piloto instrutor descreveu o que se passou na tarde de 2 de agosto de 2017.
A aeronave descolou do Aeródromo de Cascais e tinha como destino Évora, mas registou um problema no motor cerca de cinco minutos depois de ter levantado voo.
O que disse o piloto instrutor?
Em tribunal, o piloto instrutor garantiu que seguiu todos os procedimentos adequados e que tentou, de todas as formas, que o aparelho aterrasse num local com pouca água e onde não houvesse quase ninguém.
“Tentei por todas as formas, chegar àquele ponto com água, com pouca água e não havia quase ninguém. Não consegui chegar lá”, disse.
Diz que o despacho de pronúncia tem fatos incorretos e esclarece que, para ele, o piloto - o aluno de 27 anos - tinha experiência suficiente de voo.
Defendeu ainda que tentou, várias vezes, voltar a ligar o motor para evitar a queda.
Carlos Conde d'Almeida é o único arguido neste processo. Na decisão instrutória, o tribunal decidiu não levar a julgamento responsáveis da Autoridade Nacional de Aviação Civil e três elementos da Escola de Aviação Aerocondor.