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É "caricato" e "surpreendente" que João Galamba ainda se mantenha em funções

Já sobre a liderança do PS, Patrícia Calca, politóloga, considera precisa de um "candidato forte e corajoso", que faça os "cálculos para bons resultados". Sem isso, corre o risco de ter alguém "só para queimar cartuxos".

O ministro das Infraestruturas, João Galamba, durante uma audição na Comissão de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação, na Assembleia da República
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Patrícia Calca, politóloga, diz estar "surpreendida" com a continuação do ministro João Galamba no Governo, depois de várias polémicas. A mais recente deve-se ao envolvimento na Operação Influencer, um processo de suspeitas de corrupção em negócios do hidrogénio e do lítio. Para a especialista, o Partido Socialista precisa de um "candidato corajoso" para a liderança do partido.

"Depois de tudo o que aconteceu, é caricato que talvez um dos causadores da situação em si ainda se manter no Governo. Até seria de esperar que o próprio tomasse uma ação", afirma.

A especialista refere que o ministro das Infraestruturas está "por horas, por dias" há meses. Nesse sentido, os especialistas estão "surpreendidos" com a sua manutenção na governação.

João Galamba é um dos arguidos da operação Influencer, processo que investiga negócios de exploração de lítio e hidrogénio. É suspeito de apresentar diplomas da Start Campus no Conselho de Ministros para influenciar o negócio de Sines.

Sobre as eleições legislativas antecipadas, convocadas pelo Presidente da República após dissolver o Parlamento, Patrícia Calca salienta que Marcelo Rebelo de Sousa "fez os cálculos para tentar perceber o que seria melhor".

"O poder de agendamento é um poder essencial do Presidente da República, que muitas vezes consideramos não tão importante", explica.

Na SIC Notícias, considera que o Partido Socialista precisa de um "candidato forte e corajoso" para a liderança, que faça os "cálculos para bons resultados". Se não o tiver, corre o risco de ter alguém "só para queimar cartuxos".

A politóloga lembra que em Portugal o cargo de primeiro-ministro é "central" no sistema político:

"Temos o modelo de primeiro-ministro dominante. É essa a interpretação de Marcelo Rebelo de Sousa neste momento. A prática política centra-se em torno do primeiro-ministro".