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Mário Centeno estará ausente durante comissão de ética no Banco de Portugal

A repórter Ana Geraldes apurou, junto do Banco de Portugal (BdP), que o governador Mário Centeno estará ausente até quarta-feira, enquanto decorre uma comissão de ética para apurar a sua independência, agora com novas declarações para serem analisadas.

Mário Centeno, Governador do Banco de Portugal
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Mário Centeno não estará presente no Banco de Portugal esta segunda-feira, ao que a SIC apurou junto de uma fonte do BdP, enquanto decorre a comissão de ética que irá investigar a sua independência enquanto governador. Até quarta-feira, o ex-ministro das Finanças não terá oportunidade para explicar as declarações que fez ao Financial Times, já desmentidas.

O governador do Banco de Portugal e a sua independência estarão sob escrutínio esta segunda-feira, mas sem a presença do mesmo - que estará ausente até quarta-feira. Esta comissão de ética surge após ter sido conhecido a intenção de António Costa ser sucedido por Mário Centeno na governação e por este ter sido favorável à proposta.

A sua independência foi posta em causa, após estas informações. Para além disso, o governador, em declarações ao Financial Times, expressou que teria sido convidado para terminar a legislatura socialista até 2026 pelo primeiro-ministro, mas também pelo Presidente da República, algo que Marcelo Rebelo de Sousa desmentiu imediatamente.

Agora, a comissão de ética tem em mãos estas declarações para perceber a sua independência.

Desmentido

Em declarações ao jornal Financial Times, no domingo, o governador do Banco de Portugal afirmou que teve "um convite do Presidente e do primeiro-ministro para refletir e considerar a possibilidade de liderar o Governo" e que estava "muito longe de tomar uma decisão".

Por sua vez, o primeiro-ministro, António Costa, que pediu a demissão do cargo na terça-feira, assumiu na quinta-feira a defesa de um novo Governo liderado por Mário Centeno, para evitar eleições legislativas antecipadas, e lamentou que o Presidente da República tenha optado por dissolver o Parlamento.

Numa nota publicada esta segunda-feira de madrugada no site da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousadesmente que tenha convidado quem quer que seja, nomeadamente o governador do Banco de Portugal, para chefiar o Governo”.