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"PS não vai passar os próximos quatro meses a discutir um processo judicial", avisa o candidato Pedro Nuno Santos

O anúncio mais esperado foi oficializado: "Sou candidato a secretário-geral do PS". Na apresentação da candidatura, Pedro Nuno Santos deixou uma palavra "ao adversário", referiu-se a António Costa como um dos "melhores políticos" com quem trabalhou, e atacou a Direita, que disse se prepara para fazer um acordo com a "direita populista, racista, e xenófoba". Reveja aqui o discurso.

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Passavam poucos minutos da hora marcada (18:00) quando Pedro Nuno Santos entrou na sala principal de reuniões da sede nacional do PS, em Lisboa. O ambiente foi em tudo muito diferente daquele que, no passado sábado, José Luís Carneiro encontrou em Coimbra. Além disso, ao lado do ex-governante estavam pesos pesados da ala moderada e do poder local ‘rosas’, designadamente Francisco Assis.

Com a sala a abarrotar de militantes e simpatizantes, o antigo líder da JS começou por deixar uma palavra ao adversário José Luís Carneiro, sublinhando que “enriquece o debate e dá força” ao PS, mas reconheceu que este é "um momento difícil" e assumiu logo no início da sua declaração que cometeu erros.

"Os portugueses, tal como os militantes do PS, conhecem-me, conhecem as minhas qualidades e os meus defeitos, conhecem o meu inconformismo e a minha combatividade, conhecem a minha vontade de fazer acontecer e os meus sucessos; conhecem também os meus erros e as minhas cicatrizes. Sim, os erros que cometemos e as cicatrizes que carregamos fazem parte das nossas vidas. Aqueles que não fazem e não decidem, os que se limitam a gerir e a manter o que existe, esses raramente cometem erros", advogou.

Agora, prosseguiu, que aprendeu com esses erros, o que conta, o que está em causa é “quem, num dado momento, está em melhores condições de unir o partido, é mais capaz de adequar os valores do PS a um dado contexto histórico, e é o melhor intérprete e executante do projeto de transformação do país de que o PS tem de ser o portador”.

Sem referir o nome do processo que deitou abaixo o Governo socialista, Pedro Nuno Santos avisou, desde já, que “o PS não vai passar os próximos quatro meses a discutir um processo judicial”, ou seja, até às eleições legislativas - que Marcelo agendou para dia 10 de março.

“Habitação é o nosso primeiro direito”, declarou, remetendo para a importância do diálogo entre inquilinos e proprietários. E, uma palavra também para o Interior: "Não aproveitamos mais de 70% do território”, apontou, afirmando que "Portugal deve ser um país inteiro".

Pedro Nuno Santos focou depois a mira na Direita. “A direita não cumpre as suas promessas nem faz o que apregoa. (…) cortou salários e pensões, quando prometeu que não o faria, cortou na saúde e educação, quando prometeu que não o faria, aumentou impostos, quando prometeu que não o faria".

“É muito importante lembrar estas promessas que a direita fez e não cumpriu porque ainda agora nos promete que não fará acordos com direita populista, racista, e xenófoba quando é precisamente isso que se prepara para fazer. (…) A direita simplesmente não tem credibilidade”.

Lembrando depois o legado de históricos socialistas, Pedro Nuno Santos entrou na fase final do seu discurso: “Sou candidato porque acredito no meu país, força camaradas. Temos umas eleições para vencer. Viva o PS, viva Portugal”.

Socialista de renome presentes

Além de Francisco Assis, estiveram presentes o ministro da Educação, João Costa, a presidente da Associação Nacional dos Municípios Portugueses, Luísa Salgueiro, a presidente da Câmara de Portimão, Isilda Gomes, o ex-ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, os ex-secretários de Estado Hugo Mendes e João Paulo Rebelo, o líder da JS, Miguel Costa Matos, e a sua antecessora neste cargo Maria Begonha.

Na sede nacional do PS, estavam dezenas de deputados, entre eles os vice-presidentes da bancada Rui Lage, Carlos Pereira, a constitucionalista Isabel Moreira, e líderes federativos deste partido como Hugo Costa (Santarém), João Portugal (Coimbra), Eduardo Vítor Rodrigues (Porto), Luís Testa (Portalegre), entre outros.

Destaque ainda para a presença do dirigente da UTG José Abraão e da líder das mulheres socialistas Elza Pais.