A visita de um agente de execução é na maioria das vezes um fim de linha: acaba com alguém a ficar sem casa. Mas, em Coimbra, um agente não descansou enquanto não arranjou abrigo para a família - de humanos e animais - que estava encarregado de despejar.
A falta de pagamento das rendas levou o tribunal a ordenar a saída de uma família da casa onde viva. O despejo era suposto acontecer dentro dos parâmetros habituais, no entanto, a operação demorou cerca de sete horas. Porquê? Porque o agente de execução não descansou até encontrar uma alternativa de alojamento para os cinco elementos da família e os nove gatos.
A insistência de António Matos, junto da linha de emergência social, permitiu que, no próprio dia do despejo, fosse encontrado um abrigo numa pensão para o casal, as duas filhas e o namorado de uma delas.
O agente de execução encontrou também abrigo para os gatos, tendo transportado cada um dos animais no próprio carro para uma associação. Em casos de despejo, os animais de companhia são muitas vezes esquecidos.
A diligência, que se prolongou bem além do cumprimento da lei, já permitiu encontrar alternativas tanto para a família e para os animais. Mas o futuro ainda está em aberto.