A Procuradora-Geral da República (PGR) não informou o Presidente do Supremo Tribunal de Justiça do inquérito instaurado ao primeiro-ministro, António Costa, que apresentou a demissão devido a essa investigação.
A SIC sabe que o mais alto representante da Justiça só teve conhecimento do processo, nascido na sequência da Operação Influencer, no dia em que o resto do País teve conhecimento do mesmo, através de um parágrafo num comunicado emitido pela PGR.
O processo está ainda no domínio do Ministério Público junto do Supremo Tribunal, cujo representante máximo é a própria PGR, que terá também dado luz verde para a abertura do inquérito no dia 17 de outubro.
Nas três semanas seguintes, Lucília Gago nada disse ao Juiz conselheiro que preside o mais alto tribunal.
A comunicação a ter acontecido, nunca seria por obrigação legal, mas apenas por cordialidade institucional, não tendo isso que aconteceu.
“A PGR nunca informou, o que aliás na verdade é normal”

Segundo o jornalista da SIC Luís Garriapa, “quem não comunicou foi a Procuradoria Geral da República, ou a procuradora [Lucília Gago], que não comunicou ao mais alto representante de Justiça, que é presidente do Supremo Tribunal, e isso tem relevância porque três ou quatro dias antes tinha havido uma manchete de um jornal, com uma entrevista ao presidente do Supremo, onde ele dizia que a corrupção estava instalada em Portugal.
“Depois de termos sabido do processo Influencer toda a gente fez a ligação: o presidente do Supremo já sabia e estava antecipadamente a falar sobre esta situação. O que nós conseguimos apurar é que não. A PGR nunca informou, o que aliás na verdade é normal. O processo está no Supremo Tribunal de Justiça, mas nas mãos no Ministério Público. O Ministério Público é que tem de instaurar o processo, e dar seguimento ao processo fazendo a investigação", explica.
Acrescenta ainda que “o processo só iria às mãos de um juiz do Supremo Tribunal de Justiça se fossem precisas autorizações para alguma diligência especial no âmbito do inquérito, por exemplo, buscas ao primeiro-ministro ou um outro qualquer elemento que fosse precisa autorização judicial”.