A juíza do caso BES, Helena Susano, apresentou esta quarta-feira um pedido de escusa por considerar que existe “motivo, sério e grave” que pode gerar desconfiança sobre a sua imparcialidade.
Em causa está o facto de a juíza ser titular de 560 ações do BES, assim como as duas filhas, ainda que não tenha conseguido precisar a quantidade que cada uma das descendentes detém.
Acrescenta, no entanto, que o número “não é superior a 560 ações”.
Helena Susano revela ainda que um familiar em segundo grau é titular de 7.500 ações da Portugal Telecom S.A., que se encontra alegadamente relcionada com a queda do BES.
Lesados do BES e Banif temem "morrer na praia"
Os lesados do Banif e das sucursais exteriores do BES temem que a crise política impeça a solução que vinham a negociar há anos com o Governo para os compensar parcialmente pelas perdas sofridas nos colapsos dos bancos.
A 13 de outubro, os lesados do BES e do Banif entregaram, no Ministério das Finanças, os relatórios para uma solução que permita reaver o dinheiro que reclamam, tendo então o executivo dito que ia distribuir os documentos à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários e ao Banco de Portugal e que marcaria uma reunião técnica.
Os relatórios propõem soluções baseadas no Fundo de Recuperação de Créditos criado para os lesados do papel comercial do grupo BES. Ou seja, os lesados cederiam os seus créditos ao fundo (incluindo os créditos sobre bens arrestados a Ricardo Salgado) pagando este, em troca, parte do valor perdido pelos investidores.
Depois, será esse fundo a dirimir processos na Justiça arrecadando para o Estado os valores que sejam recuperados. Para os lesados das sucursais exteriores do BES, o relatório propõe que seja entregue aos lesados uma indemnização total de 175,8 milhões de euros.