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Tráfico de seres humanos no Alentejo: 13 dos arguidos ficam em prisão preventiva

Pelo menos uma centena de imigrantes estava a ser vítima de exploração em propriedades agrícolas. No total, na terça-feira, 28 pessoas foram detidas numa operação da Unidade Nacional de Contraterrorismo da Polícia Judiciária.

Tráfico de seres humanos no Alentejo: 13 dos arguidos ficam em prisão preventiva
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Dois tribunais determinaram esta sexta-feira que 13 dos arguidos no caso de tráfico humano no Alentejo ficam em prisão preventiva. O tribunal de Évora determinou a prisão preventiva para seis arguidos e o tribunal de Cuba para outros sete.

De acordo com a nota do tribunal de Évora, foi determinada a libertação imediata de dois arguidos, por “falta de indiciação de crimes”, ficando estes sujeitos a termo de identidade e residência.

Já o tribunal de Cuba determinou ainda para outros 12 arguidos obrigação de apresentação periódica, proibição de se ausentarem do país, entrega do passaporte e proibição de contacto com os restantes arguidos, vítimas e trabalhadores dos arguidos.

Operação Espelho

No total, na terça-feira, 28 pessoas foram detidas numa operação da Unidade Nacional de Contraterrorismo da Polícia Judiciária contra o tráfico de seres humanos no Baixo Alentejo.

Pelo menos uma centena de imigrantes estava a ser vítima de exploração em propriedades agrícolas.

“Pessoas a viver em condições com muita falta de higiene, uma casa de banho para 20 pessoas”, relatou a Polícia Judiciária.

“As pessoas eram aliciadas por anúncios. Estamos a falar de uma zona [Alentejo] envelhecida e carenciada de recursos humanos”.

Os trabalhadores ganhavam entre 100 e 250 euros por mês, quando lhes prometiam "800, 900, mil ou mais".

Os cidadãos imigrantes, na sua maioria, eram "aliciados nos seus países de origem, como Roménia, Moldávia, Ucrânia, Índia, Senegal, Paquistão, entre outros, para virem trabalhar em explorações agrícolas naquela região do nosso país", indicou a PJ.