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Agente da GNR acusado pelo Ministério Público de torturar automobilistas

Os queixosos foram intimidados, torturados, bofeteados nos postos da GNR, pelo mesmo militar da Guarda Nacional Republicana. O agente já terá sido afastado do terreno, cumprindo agora apenas funções administrativas.

Agente da GNR acusado pelo Ministério Público de torturar automobilistas
NUNO VEIGA

Ministério Público acusa militar da GNR de Quarteira da prática de seis crimes de tortura e ofensa à integridade física qualificada, em que as alegadas vítimas são automobilistas que terão sido agredidos.

Um militar da GNR - a quem, após a acusação, foi instaurado um processo disciplinar em que executa funções meramente administrativas - terá cometido crimes entre 2020 e 2021, segundo a acusação do Ministério Público baseada em várias queixas.

Como reporta o Notícias ao Minuto, em 2020 o agente multou um automobilista por estacionamento indevido e ausência de inspeção. O condutor reclamou e filmou o militar que puxou o condutor para fora do carro, segurou-o no pescoço e algemou-o. Uso, ainda, gás pimenta.

Para além disso, após ter sido acompanhado até ao posto da GNR, o automobilista deverá ter sido insultado com expressões como “preto, brasileiro de m****, macaco”, seguido com “estaladas, socos”.

Por fim, terá sido obrigado a apagar o vídeo que tinha no telemóvel e, segundo o Notícias ao Minuto, o automobilista acabou por ir para o hospital.

Também em 2021, o agente agrediu outro homem brasileiro, camionista. Já a alegada terceira vítima, também brasileiro, após cometer várias infrações na estrada, foi levada para o posto onde foi torturada e insultada.

Só uma mulher, uma francesa de 65 anos, o terá apresentado queixas, mas também desistiu do processo por receio das consequências.

Fabienne Palisse recusou fazer o despiste de álcool no sangue, no hospital. Por isso, o militar algemou-a e levou-a para o posto da GNR de Vilamoura. No caminho, o agente“parou e desferiu vários murros no peito, ombros e cara” da mulher, segundo a acusação do MP.

Os alegados vestígios foram escoriações e equimoses na cara e no pescoço.