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Número de crianças sinalizadas na CPCJ por não terem casa está a aumentar

A crise na habitação está a provocar um novo fator de risco para a segurança das crianças. As delegações da CPCJ têm recebido cada vez mais relatos de famílias que não conseguem pagar uma casa. Os concelhos de Lisboa, Sintra e Amadora são os mais críticos.

Número de crianças sinalizadas na CPCJ por não terem casa está a aumentar
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O número de crianças sinalizadas às Comissões de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) por não terem casa onde viver está a aumentar na região de Lisboa. Segundo o jornal Público, Lisboa, Sintra e Amadora são os concelhos mais críticos.

As situações atingem, sobretudo, famílias monoparentais. Muitas já estavam a viver em quartos, por não terem dinheiro para pagar a renda de uma casa.

A presidente da CPCJ de Sintra Oriental, Vera Santos Costa, explica ao Público que “a vulnerabilidade económica não é, por si só, um fator de perigo”, mas acrescenta que estão a surgir “novas situações de perigo”.

“Isto é um retrocesso do ponto de vista da proteção da criança”, remata.

Por ser recente, esta situação não está descrita nos relatórios da CPCJ referentes aos anos anteriores. A Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens (CNPDPCJ) responde ao jornal que “não há evidências de aumentos dos casos referidos, estando as entidades competentes em matéria de ação social a atuar no terreno e a responder às necessidades”.

A crise na habitação tem vindo a piorar nos últimos anos, com cada vez mais pessoas a serem despejadas, ficando sem capacidade de alugar uma casa. Muitas famílias tentam ainda alugar um quarto, mas com o aumento dos preços há quem não consiga manter este espaço.