O Serviço Nacional de Saúde ainda não entrou em rutura no atendimento obstétrico porque o sector privado está a ser, cada vez mais, a alternativa das grávidas, afirma o Presidente da Federação das Sociedades Portuguesas de Obstetrícia.
O receio de que a situação piore nos serviços de obstetrícia do Serviço Nacional de Saúde, em muito por causa da rotatividade, leva o Professor Diogo Ayres de Campos, a lançar o alerta, mesmo depois de ter sido afastado de várias funções por criticar o plano de obras previstos para o serviço de Obstetrícia do Hospital de Santa Maria.
Portugal tem garantido um dos melhores índices de qualidade no atendimento deste serviço, o que na perspetiva do professor pode alterar-se, se nada for feito - até porque o sector privado da saúde está a aliciar cada vez mais médicos desta especialidade do SNS.
A falta de condições do sector público poderá também contribuir para a desmotivação dos médicos, entende o especialista.
O presidente da Federação Portuguesa das Sociedades de Obstetrícia adverte a tutela para o facto do SNS não ser atrativo e de as negociações não terem surtido efeito.
Uma situação que está a afetar serviços distintos. Há 24 horas, por exemplo, 110 doentes dos hospitais da Amadora e de Loures não conseguiram vaga no internamento.