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Prioridade na TAP foi resolver "operação desorganizada" que era "problema sério e grave", diz CEO

O atraso tecnológico "significativo em termos de sistemas, de processos" foi outro 'problema' com que a equipa de gestão se deparou, sendo necessária essa atualização tecnológica, mas que "leva tempo, custa dinheiro", de acordo com Luís Rodrigues.

Prioridade na TAP foi resolver "operação desorganizada" que era "problema sério e grave", diz CEO
NurPhoto

O presidente executivo da TAP disse este sábado que a prioridade desde que assumiu a gestão da companhia foi resolver um problema "sério, grave e imediato" que era uma "operação desorganizada", sob pena de o valor da empresa se deteriorar.

"Neste momento tínhamos um problema sério, grave e imediato para resolver, que era uma operação desorganizada, que estava a consumir não só recursos (...), nossos, da NAV [controlo aéreo], da ANAC [regulador], da ANA [aeroportos] e por aí fora, como a condicionar o ativo estratégico e a marca da companhia e a deixar uma péssima imagem junto dos nossos mercados, que era impensável que continuasse, porque senão o valor da TAP iria deteriorar-se significativamente", afirmou Luís Rodrigues, em declarações hoje feitas no Porto.

Segundo o CEO, esta foi uma das quatro situações fundamentais que saiu de um trabalho inicial de diagnóstico aquando da chegada à companhia.

"Era uma operação desorganizada e a operação é o fundamental de uma companhia aérea. Onde havia ao mesmo tempo meia dúzia de 'ACMIS' (aviões contratados fora a fazer operações para a TAP) e ao mesmo tempo tínhamos aviões no chão que não estavam a ser utilizados. Havia um total desfasamento nos horários, um conjunto de problemas na operação", explicou o responsável, para depois ter de afirmar que "isso está corrigido", que "a operação vai melhorar ainda mais a partir de agora", com o novo horário de inverno IATA.

Para além deste problema, Luís Rodrigues apontou ter sentido "um clima sociolaboral muito crispado, nada fácil" e um terceiro ponto que foi uma falta de conhecimento da indústria, da operação da TAP.

Esta situação, frisou o CEO, "foi uma surpresa", mas facilmente explicável: "Em 2020 e 2021 saíram mais de três mil pessoas da TAP e essas levaram o conhecimento com elas, eram as pessoas que estavam no meio, que suportavam a operação".

"O que acabámos por ter foi um conjunto de pessoas que estão há muitos anos na companhia e depois um conjunto de pessoas que se juntaram, que estão há dois ou três anos, e que têm pouco conhecimento da indústria ou da companhia. Esta é uma indústria muito exigente, muito complexa, (...) e onde se demora muito tempo a aprender. Quando se tem pessoas a aprender, pessoas relativamente novas à frente da companhia a coisa fica difícil e isso verificou-se em múltiplas situações (...)", referiu.

O atraso tecnológico "significativo em termos de sistemas, de processos" foi outro 'problema' com que a equipa de gestão se deparou, sendo necessária essa atualização tecnológica, mas que "leva tempo, custa dinheiro", segundo prosseguiu Luís Rodrigues.

Este foi o diagnóstico e a preocupação foi a gestão concentrar-se em trabalhar cada um desses temas, reforçou o representante.

Assim para além da resolução de questões na operação, o gestor salientou que "o ambiente sociolaboral está estabilizado, com a celebração dos acordos de empresa".

Um cenário que, segundo o CEO, permite-lhe ter margem para olhar "para a frente de uma forma extremamente positiva".

O CEO da TAP respondia a questões do presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), no âmbito do 48.º congresso da associação, que hoje termina no Porto.