País

Análise

Marcelo falou do caso das gémeas luso-brasileiras "porque o estava a incomodar"

O Chefe de Estado fez uma comunicação ao país para esclarecer a participação da Presidência no caso das gémeas luso-brasileiras tratadas no hospital Santa Maria. Ricardo Costa e José Gomes Ferreira analisam a intervenção do Presidente.

Loading...

Marcelo Rebelo de Sousa esclareceu, esta segunda-feira, que “não há um facto que envolva o mínimo de favorecimento” no caso das gémeas luso-brasileiras que receberam um tratamento de quatro milhões de euros no hospital de Santa Maria. A declaração do Chefe de Estado surge pós uma verificação a “tudo o que pudesse existir de registos ou arquivos” na Presidência. Ricardo Costa e José Gomes Ferreira analisam a declaração de Marcelo.

Ambos os jornalistas reconhecem que esta declaração ao país acontece porque Marcelo Rebelo de Sousa se sente “incomodado” com o caso e com “a ideia que se criou de que o Presidente da Republica pudesse ter medido uma ‘cunha’ para pessoas que eram próximas de familiares seus, neste caso do filho”.

Ricardo Costa sublinha que o importante neste caso é verificar se os protocolos existentes para a atribuição de medicamentos raros foram cumpridos neste caso. Sublinha que não se trata de uma questão de nacionalidade ou valor do medicamento.

“O que interessa é se naquele caso se aplicava aquele protocolo, se o protocolo foi seguido de forma correta e se seguiu os trâmites que seriam seguidos para outras pessoas que estejam em Portugal e tenham a mesma doença”, afirma o diretor de informação da SIC Notícias.

Por outro lado, José Gomes Ferreira faz uma leitura política da declaração de Marcelo, considerando que este discursos “atira o ónus para as outra instituições, a começar pelo Governo”.

“Ele diz que seguiu todo o protocolo que devia seguir. Depois, à pergunta se o filho insistiu com alguma instituição diz desconhecer e aí mostra dúvida sobre saber o que aconteceu a seguir, Deixa no ar a ideia de que se alguém quer dar alguma explicação adicional tem de ser o chefe de gabinete do primeiro-ministro na altura ou o chefe de gabinete do conselho de ministros e o respetivo secretário de Estado das comunidades”, afirma o diretor-adjunto de informação.