O Governo cumpre, nesta quinta-feira, o último dia em plenas funções. Esta noite é oficialmente destituído pelo Presidente da República e entra em gestão com poderes limitados até às eleições de 10 de março.
Para Ricardo Costa, da SIC, o caso que fez o Governo cair é “fraquíssimo".
“O caso que deitou abaixo o Governo, eu continuo a achar que é um caso judicial fraquíssimo, feito com base em escutas e depois com umas coisas apanhadas nas buscas. Mas isto não quer dizer que não venha a ser um caso sólido”, começou por explicar Ricardo Costa.
No entanto, apesar desta situação ter deixado tanto Marcelo como Costa mais frágeis, “no atual sistema político e partidário português ganharam as eleições outra vez”, disse ainda Ricardo Costa.
Para o cronista do Expresso, Henrique Raposo, a razão que os fragilizou passa pela “ informalidade, muitas das vezes, pouco institucional" de ambos, referindo-se à “amoralidade” de António Costa" ao “chamar os amigos para o centro dos negócios do Estado”.
Quanto a Marcelo, “do ponto de vista da ética republicana, não deveria ter dado andamento do caso das gémeas, porque o seu filho não é um cidadão qualquer, é sim o filho do Presidente da República”, afirmou ainda o cronista.
Saudades
Ângela Silva, do Expresso, romantiza a “dupla” que Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa formaram ao longo dos últimos anos.
Está a “chegar ao fim um ciclo que mereceria um romance, ou mesmo um filme, porque Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa foram uma dupla rara na política portuguesa. Rara pela qualidade política de ambos e rara pela equipa que conseguiram firmar e pelo clima de cumplicidade”, explicou.
A jornalista disse mesmo que vão ter saudades um do outro e “talvez o país, daqui a uns anos, vai se lembrar desta dupla com alguma saudade”. Cosidera, igualmente, que é justo dizer-se que “eles conseguiram pôr o interesse nacional à frente do resto” em momentos-chave.
No entanto, “esta foi uma dupla deslaçou e termina em maus lençóis”, concluiu.
Para o cronista do Expresso a solução do próximo Governo para por políticos que não façam os mesmos erros do passado.
“Para o futuro, eu espero que esta maneira de fazer política à antiga portuguesa morra de vez e que uma nova geração de políticos entenda que acima das suas relações pessoais estão as regras das instituições”.