Os trabalhadores do Jornal de Notícias estão em greve pelo segundo dia, a contestar o despedimento de 200 jornalistas anunciados pelo Grupo Global Media, que detém o JN e outros órgãos de comunicação social, como o jornal O Jogo e a TSF. Esta manhã concentraram-se junto à Câmara Municipal do Porto, onde entregaram um manifesto ao ministro da Cultura.
“Nós achamos que, num grupo com pouco mais de 500 pessoas, despedir 200 e é uma grande machadada no grupo, é uma grande machadada no Jornal de Notícias, que segundo as primeiras indicações podia perder até 40 jornalistas, que é sensivelmente metade da redação. Nós achamos que é impossível fazer uns jornalismo sem jornalistas", defende um dos membros do Sindicato dos Jornalista, Augusto Correia.
A greve dos trabalhadores do Jornal de Notícias é também um grito de alerta, em defesa do jornalismo das pessoas e da democracia.
O Grupo Global Media é controlado por um fundo de investimento norte-americano registado num paraíso fiscal.
“É preciso que a próxima legislatura, porque nesta já não há tempo, que se se tente perceber de onde vêm estes fundos e que se tente limitar, se for possível, entrada entrada destes fundos na comunicação social. Os próprios políticos estão sempre a dizer que o jornalismo é um pilar da democracia. Pois esse pilar da democracia, pode estar a ser corroído por fundos que nós não sabemos qual a origem”, acrescenta.
No segundo dia de greve, os trabalhadores do JN aproveitaram que o Conselho de Ministros esteve reunido na cidade do Porto para entregarem um manifesto ao Ministro da Cultura.
“Se desistirmos hoje, provavelmente o Jornal de Notícias vai acabar. E nós continuarmos a lutar, mesmo que o jornal não saia dois dias é um pequeno sacrifício, se calhar para os leitores e um grande sacrifício para os jornalistas”
Augusto Correia sublinhou que este “ é uma dor muito grande não ver nosso jornal nas bancas”, mas todos os jornalistas presentes no protesto fazem-no na esperança de garantir que o jornal continue disponível “para os nossos filhos, para os nossos netos e para as gerações futuras.