O poder da ANA para decidir a localização do novo aeroporto de Lisboa está a ganhar opositores. Depois de a presidente da Comissão Técnica Independente dizer que o contrato é desequilibrado a favor do concessionário, juntaram-se-lhe outras vozes que se opõem ao contrato.
A ANA começa a ser contestada na recusa em construir o novo aeroporto de Lisboa no Campo de Tiro de Alcochete. Depois de o presidente do PSD ter pedido um estudo interno para certificar a escolha, a presidente da Comissão Técnica de Avaliação fez saber que é a empresa que explora todos os aeroportos nacionais que tem, efetivamente, o poder para decidir.
A constatação da presidente da Comissão Independente surpreendeu o país depois de um ano de estudos, apoiados por PS e PSD para que se encontrasse a melhor solução.
O presidente da ANA, detida na totalidade por uma empresa estrangeira, tomou a liberdade de se pronunciar sobre outras áreas do país ao mesmo tempo que recusa Alcochete e exige que se faça o aeroporto no Montijo.
A solução defendida pelos franceses da Vinci é o Montijo, assumida em público por Luís Montenegro.
As críticas por parte do PS
À crítica política a Luís Montenegro, por um dos potenciais adversários, juntou-se a contestação ao poder ANA pelos dois candidatos à liderança do PS.
Os candidatos a tomar a decisão fazem voz grossa, mas a presidente da Comissão Técnica garante que só alterando o contrato de concessão é possível colocar as duas partes em pé de igualdade e ultrapassar os atuais obstáculos ao papel do Estado.
Maria do Rosário Partidário diz que as taxas da Portela chegavam para construir o novo aeroporto em Alcochete e que os estudos da Comissão Técnica permitem concluir que o Montijo pode esgotar-se em 2029, ou seja, pouco depois da abertura.