País

Climáximo considera que o acordo na COP28 "não vincula nada a ninguém com nenhuma responsabilidade"

Noah Zino, porta-voz do movimento Climáximo, considera que não há nada de positivo no acordo da cimeira do clima e critica os líderes da COP 28, "responsáveis pela crise climática que eles próprios produziram e depois vão produzir relatórios com falsas soluções".

Loading...

A Presidência da COP28 divulgou esta manhã uma nova proposta de acordo que, pela primeira vez, menciona todos os combustíveis fósseis como principais responsáveis pelas alterações climáticas e apela à "transição dos combustíveis fósseis nos sistemas energéticos, de forma justa, ordenada e equitativa, acelerando a ação nesta década crucial, a fim de alcançar a neutralidade de carbono em 2050 em acordo com recomendações científicas".

Um porta-voz do movimento Climáximo Noah Zino diz que este acordo “tem sido criticado pelas organizações sociais como um certificado de morte”.

“Eles estão a dizer que o Acordo de Paris está morto, 2023 é factualmente o ano com mais emissões de sempre e só agora, pela primeira vez, aparece num texto de uma Conferência das Partes a expressão combustíveis fósseis. E para eles isto é uma vitória quando este texto não vincula nada a ninguém com nenhuma responsabilidade”.

As medidas concretas que o Climáximo preconiza

Para o Climáximo “o que estas conferências nos dizem é que os responsáveis pela crise climática estão tranquilos com continuar a matar as pessoas com a crise climática que eles próprios produziram e depois vão produzir relatórios com falsas soluções”.

"Medidas concretas estão delineadas há anos no relatório empregos para o clima, por exemplo, e em vários relatórios internacionais, desde eletricidade 100% renovável em Portugal até 2025 e em vários países em datas similares, o fim dos combustíveis fósseis até 2030 em Portugal e um pouco mais tarde globalmente, redes de transportes públicas que de facto conseguem dar opções às pessoas, isolamento das casas, que é uma medida que reduz a pobreza energética e corta emissões, uma melhor gestão da indústria e da forma como estamos a gerir todos esses processos industriais, olhar para todos os setores da sociedade com a crise climática no centro, porque de facto é isso que está a acontecer. Esse é o centro da sociedade neste momento.

Noah Zino critica também a política ambiental de Portugal.

“Parece uma absoluta loucura moral e económica, como o Secretário-Geral das Nações Unidas chama, o que Portugal está a fazer, que é investir em novos megaprojetos de combustíveis fósseis, como o caso do gasoduto, como o caso do aeroporto, como o caso da expansão do terminal em Sines e dizer ao mundo, estamos na vanguarda da luta contra a crise climática”.