Os representantes dos trabalhadores do Jornal de Notícias, O Jogo, TSF, Diário de Notícias e Global Imagens manifestaram esta quarta-feira ao ministro da Cultura preocupação com o processo de recursos na Global Media.
"Reunidos com o ministro da Cultura, [Pedro Adão e Silva], os representantes dos trabalhadores do Jornal de Notícias, o Jogo, TSF, Diário de Notícias e Global Imagens manifestaram preocupação em relação ao presente processo de rescisões em curso e ao enfraquecimento do Global Media Group", lê-se num comunicado conjunto.
Segundo a mesma nota, o ministro reconheceu que a situação é "grave", "complexa" e "sensível" e considerou ser fundamental que o tema se mantenha no espaço público.
Pedro Adão e Silva mostrou-se também interessado em perceber qual o impacto de uma "saída massiva", como a anunciada.
Na reunião, que durou mais de duas horas, o ministro da Cultura garantiu também não ter tido qualquer contacto com a atual administração do GMG "e reiterou a detalhada explicação acerca do negócio da Lusa, que já tinha transmitido".
A Administração do GMG abriu um programa de rescisões por mútuo acordo, para trabalhadores até 61 anos, com contrato sem termo, sendo que as compensações serão divididas por 18 meses.
São elegíveis a este programa "os trabalhadores com idade até 61 anos (inclusive), com contrato sem termo celebrado com as empresas Global Notícias, Rádio Notícias, Notícias Direct, Naveprinter, Açormedia ou RCA há mais de 12 meses e que estejam ao serviço na presente data".
O GMG indicou que o "período para apresentação de pedidos de adesão a este programa termina a 20 de dezembro de 2023", sendo que "as saídas dos trabalhadores, cujo pedido de adesão seja aceite pela Administração, ocorrerão até 31 de janeiro de 2024, exceto situações especiais em que poderá ser acordada outra data".
O GMG já tinha dito que iria negociar "com caráter de urgência" rescisões com 150 a 200 trabalhadores e avançar com uma reestruturação para evitar "a mais do que previsível falência do grupo", como anunciou no dia 06 de dezembro, num comunicado interno.
"Face aos constrangimentos financeiros criados pela anulação do negócio da Lusa", a administração do GMG avança ainda que "o pagamento do subsídio de Natal referente ao ano de 2023 só poderá ser efetuado através de duodécimos, acrescido nos vencimentos de janeiro a dezembro do próximo ano".
O GMG atribuiu o fracasso da venda das suas participações na agência Lusa a um "processo de permanente interferência política", garantindo que a operação financeira "estava totalmente fechada", com o "acordo expresso" do PSD.