D. José Ornelas, bispo de Leiria-Fátima e presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, deu a conhecer, nesta terça-feira, a sua mensagem de Natal dominada pelo tema da guerra, mas acabou por falar muito da atualidade fazendo uma espécie de balanço do ano.
Na conferência de imprensa que decorreu na casa episcopal em Leiria abordou temas desde a corrupção ao período eleitoral que se avizinha sem esquecer os abusos sexuais e até o caso das gémeas brasileiras.
“Acho que o povo português tem manifestado maturidade muito grande também em termos eleitorais. O que mais me preocupa é a abstenção. E tenho repetido muitas vezes: um cristão não se abstém. Pode cometer erros, mas abster-se é que não. A abstenção é deixar que outros pensem por nós".
A guerra em vários pontos do globo dominou as primeiras palavras da mensagem de Natal com referência a um texto do profeta Isaías. Daí à atualidade foi um passo, com as eleições do próximo ano no horizonte. Houve até apelo ao voto seja ele qual for.
Seguiu-se um salto a Roma e à publicação em que o Papa dá como adquirida a bênção dos que a igreja apelida de casais irregulares, sejam eles do mesmo sexo ou não.
D. José Ornelas mencionou também o caso dos abusos sexuais no seio da igreja, que classificou como “dramático” e “penoso”, e também gerador de esperança, porque não estando resolvido, foi enfrentado e mostrou um caminho.
Ora, enfrentar as coisas também foi tema abordado pelo bispo, sem esquecer a corrupção nas instituições que afasta as pessoas e provoca descrédito. Daí a falar no caso das gémeas brasileiras, foi um passo mesmo que nenhum jornalista o tenha questionado.
“Sou totalmente contra as cunhas, mas cunhas que salvam crianças, não fazem mal a ninguém. Não é por aí que enferma o SNS (Serviço Nacional de Saúde) , não é por aí que enferma a corrupção. Antes fosse”.
-Com Lusa