O Supremo Tribunal de Justiça confirmou uma pena de nove anos e seis meses de cadeia para dois antigos administradores do Banco Privado Português. Paulo Guichard e Salvador Fezas Vital já foram condenados noutros processos relacionados com o BPP.
Há quase um ano e oito meses que Paulo Guichard cumpre pena na cadeia de Vale do Sousa e, nesta quinta-feira, o antigo braço direito de João Rendeiro ficou a saber que saída pode estar mais distante.
O Supremo Tribunal de Justiça confirmou o castigo mais pesado aplicado num dos três processos judiciais à queda do BPP.
“Eu gostaria de apresentar de uma forma sentida o meu pedido de desculpas a todas as pessoas que estiveram envolvidas no processo do BPP e por ele terem sido afetadas”, disse Paulo Guichard, à SIC.
O arrependimento assumido ainda este ano na entrevista à SIC não foi suficiente para convencer os juízes do Supremo que não retiraram nem um dia aos nove anos e meio de cadeia decididos em primeira instância e confirmados depois pela relação.
Pena igual à de Salvador Fezas Vital, outro dos antigos membros da administração do banco liderado por João Rendeiro, condenados neste processo por desviar mais de 31 milhões de euros da instituição, justificados com prémios e bónus.
“Ações cometidas em co-autoria em propósito de incomensurável ganância sem limite ou rédea”, citando o acórdão do Supremo Tribunal de Justiça.
A defesa de Paulo Guichard admite recorrer ainda para o Tribunal Constitucional. Apesar de já ter uma condenação transitada em julgado, Salvador Fezas Vital continua em liberdade.
Fernando Lima, outro dos ex-administradores do BPP, foi detido no final de setembro e cumpre, agora, pena na cadeia de Setúbal.
Antecipando o mesmo destino, João Rendeiro fugiu para a África do Sul, onde viria a ser capturado pelas autoridades. Em maio do ano passado, foi encontrado morto na cadeia de Durban.