Nove homens foram detidos e foram apreendidos 40 mil euros, automóveis de alta gama e outros equipamentos e documentos, no âmbito da Operação "Nazaré". Os detidos fazem parte de uma organização criminosa responsável por cocaína apreendida em abril, em Peniche.
Em causa estão crimes de tráfico agravado de estupefacientes, associação criminosa e branqueamento de capitais.
Em comunicado, a Polícia Judiciária informa que os detidos têm entre 25 e 53 anos. De acordo com a imprensa espanhola, um dos detidos será neto do patriarca do clã e um possível líder do grupo.
Em 11 buscas em Espanha e 1 a uma empresa portuguesa do alto Minho, foram apreendidos 40 mil euros, três veículos "de alta gama", equipamentos informáticos e documentação.
Operação "Nazaré"
A investigação começou em abril, quando foram apreendidos 1646 quilos de cocaína e uma lancha voadora, numa praia em Peniche. No dia anterior, a GNR tinha sinalizado uma operação de abastecimento de uma lancha voadora em Sesimbra.
Após contactos do Departamento de Investigação Criminal da Polícia Judiciária de Leiria com a Guardia Civil - Equipa do Crime Organizado da Galiza, que investigava uma organização galega suspeita, foi criada uma equipa de investigação conjunta, registada na Europol e Eurojust.
Com o nome operação "Nazaré" e "de olho" no grupo criminoso galego "Os Piturros", seguiram-se nove meses de investigação policial de "grande envergadura" em Portugal e Espanha.
Há décadas que o grupo criminoso é conhecido por ligações ao narcotráfico na Galiza. É com regularidade que aparecem “nas primeiras páginas” dos jornais espanhóis.
"O clã sempre esteve diretamente relacionado com os principais distribuidores de cocaína colombianos, fazendo do transporte marítimo a sua forma de atuar para fazer entrar grandes quantidades daquele estupefaciente na Europa", refere a Polícia Judiciária em comunicado.
A imprensa espanhola refere que a costa portuguesa é “cada vez mais” utilizada pela máfia galega, devido ao controlo apertado na Galiza.