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Análise

A entrevista "mais cool" de Luís Montenegro

Na Edição da Noite da SIC Notícias, esteve em análise a entrevista do líder do PSD, naquela que os comentadores consideraram ser uma postura mais "descontraída" e "reveladora" de Luís Montenegro.

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Em análise à entrevista do líder social democrata à SIC Notícias, a jornalista Maria João Avillez, o diretor-adjunto de Informação da SIC Bernardo Ferrão e o comentador Sebastião Bugalho discutiram a “entrevista mais descontraída" e também “pessoal e reveladora” de Luís Montenegro.

Na opinião dos três comentadores esta foi uma oportunidade de Luís Montenegro mostrar uma outra faceta do político

Um Luís Montenegro “igual a ele próprio”

A jornalista Maria João Avillez refere que "viu Luís Montenegro igual a ele próprio, o que é uma grande vantagem em política”.

A jornalista acrescenta que “é uma pessoa com o qual se pode contar, que tem uma cabeça muito bem estruturada, que sabe o que está a dizer e que diz exatamente o que quer dizer”, contrariamente à que considera ser a postura do principal adversário político, Pedro Nuno Santos, que considera ter uma atitude “impulsiva e repentista”.

Bernardo Ferrão sublinha, “como sendo uma parte reveladora daquela que é a personalidade de Luís Montenegro”, as duas facetas (lado pessoal e postura política) vistas nesta entrevista, na qual o líder o PSD mostra uma atitude “humilde” e de quem ainda “falta algum terreno e capacidade de combate”, mas que “tem de ir pelo lado profissional da política”.

“Luís Montenegro não só diz que foi convidado para ser ministro, diz também que funcionou como o 12.º membro do Governo, mas depois diz com bastante afinco que está disponível para discutir as ideias e todas as matérias com quer que seja”, que realça ser importante na demonstração de “preparação para o combate”.

Também Sebastião Bugalho realça, sobre Luís Montenegro, a “sinceridade sobre si próprio”. quando o líder do PSD refere saber “que as pessoas não têm uma primeira boa impressão de mim” e que demoram a conhecê-lo.

“Aliás, um grande amigo Luís Montenegro, dizia-me uma vez há um par de dias que, no mundo ideal, haveria tempo para Luís Montenegro tomar café com todos os portugueses ou pelo menos com todos os eleitores, que ele teria um grande resultado”, acrescenta.

A sombra de Passos Coelho

Questionado sobre a relevância da presença de Pedro Passos Coelho na campanha do atual líder do PSD, Bernardo Ferrão considera que “não tem problema nenhum”, pois “também na campanha de Pedro Nuno Santos vão aparecer outros pesos pesados de do Partido Socialista, como António Costa e outros”, fazendo estes aparecimentos “parte das campanhas políticas”.

“A declaração de Pedro de Pedro Passos Coelho obviamente que terá causado algum incómodo dentro da campanha de Luís Montenegro, mas eu acho que também pode ter ajudado a campanha”, pois Luís Montenegro “segue o seu caminho” e ”mostra que tem uma vida política própria, apesar de Pedro Passos Coelho e aparecer na campanha e tentar escrever ou reescrever aquele que ele acha que é o guião".

Também para Maria João Avillez era “interessante e esclarecedor” e até mesmo “uma obrigação” que o líder do PSD esclarecesse se formará ou não Governo, caso não vença as eleições.

Alfinetadas políticas

Do ponto de vista político, o comentador realça as notas “assim agridoce e provocadoras” mencionadas pelo líder do PSD, tal como o facto de em 2015 ter encabeçado uma lista política por Aveiro e que enquanto “nós metemos 10 deputados, ele [Pedro Nuno Santos] meteu cinco, portanto é, é é uma entrevista mais pessoal desse ponto de vista”.

A jornalista, “se Pedro Nuno Santos tivesse sido devidamente assessorado naquela fatídica noite para ele, em que apresentou o seu discurso de vitória às eleições anteriores internas do PS, não tinha sido aquele desastre”.

Para Maria João Avillez é necessário haver um bocadinho mais “equilíbrio entre a humildade e o ânimo” de Luís Montenegro.