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Hospitais estão a funcionar em "medicina de catástrofe", afirma FNAM

A presidente da Federação Nacional dos Médicos afirma que o cenário se estende de norte a sul do país. A organização pede sensatez ao Governo e melhores condições no SNS.

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A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) alerta que os hospitais estão a funcionar em modo de "medicina de catástrofe". Em comunicado, a entidade denuncia a falta de meios nas urgências para responder a todas as ocorrências.

O aviso vem de quem conhece por dentro as dificuldades dos hospitais e dos próprios médicos: a presidente da FNAM, Joana Bordalo e Sá, afirma que o atual retrato das urgências estende-se pelo pais, de norte a sul. Lembra que os médicos estão "assoberbados" e a praticar uma "medicina de catástrofe".

Em comunicado, a estrutura sindical sublinha que "as insuficiências multiplicaram-se durante o Natal, e teme-se o pior para os últimos dias do ano, onde os períodos após as celebrações são tradicionalmente mais exigentes para os Serviços de Urgência (SU)". Denunciam ainda "situações que costumam funcionar abaixo dos mínimos" e que colocam médicos e doentes em risco como o SU do Centro Hospitalar Universitário de Santo António, no Porto.

Sem condições nas urgências, o risco é cada vez maior para os utentes e os próprios clínicos. Num ano em que o número de médicos reformados atingiu um valor recorde, a FNAM aponta do dedo ao Governo.

"O encerramento e condicionamento de quase metade dos SU de norte a sul do país foi algo que se tornou trivial neste Ministério da Saúde liderado por Manuel Pizarro, que não teve a competência de conseguir atrair e fixar médicos no Serviço Nacional de Saúde, num ano em que o número de médicos reformados atingiu o pico de 822", afirmou a estrutura sindical, em comunicado.

Em comunicado, os médicos pedem sensatez ao Governo para dotar o Serviço Nacional de Saúde (SNS) de melhores condições, incluindo melhores salários para os médicos das várias especialidades.