O Grupo Global Media informou esta quinta-feira os trabalhadores de que não tem condições para pagar os salários referentes ao mês de dezembro, sublinhando que a situação financeira é “extremamente grave” e nem sabe quando pode pagar os ordenados em falta.
A empresa fala de uma situação financeira extremamente grave, aponta o dedo ao negócio falhado da venda ao Estado da participação da Global Media na Agência Lusa e da suspensão do uso de uma conta caucionada do Banco Atlântico Europa.
Na comunicação interna, a que a SIC teve acesso, a Comissão Executiva reconhece que a situação é grave e geradora de um sentimento de revolta, mas pede empenho aos cerca de 500 trabalhadores do grupo.
Para o dia 10 de janeiro está a ser pensada uma greve geral. Deverá ter adesão total e confirmar-se, nesse dia, o Jornal de Notícias e o Diário de Notícias não estarão nas bancas e a TSF deverá estar sem emissão.
Trabalhadores criticam as ameaças de insolvência por parte da administração
Os trabalhadores do Grupo Global Media criticam as ameaças de insolvência por parte da administração da empresa e questionam o destino das receitas de dezembro, no dia em que o grupo disse que não iria conseguir pagar salários.
Em declarações à Lusa, Augusto Correia, do Sindicato dos Jornalistas e trabalhador do Jornal de Notícias, disse que a gestão já tem feito passar a mensagem de que "mais uma greve e iriam para insolvência".
Segundo o dirigente sindical, as pessoas "não se deixam amedrontar por esta ameaça velada da empresa de que nos responsabiliza por quaisquer efeitos secundários, digamos assim, da sua luta".