É da gripe que mais se tem falado nas últimas semanas, mas o vírus representa apenas 18 por cento dos casos de infeções respiratórias em Portugal.
"Há gripe, há covid e há as rinofaringites, que são constipações, esfriados comuns, que curiosamente são coisas muito leves mas são o que predomina nos serviços de urgência", explica o pneumologista Agostinho Marques.
Todos os anos, por esta altura, aumentam as infeções respiratórias em tempo de frio e de convívios familiares.
"Perspetivando-se uma passagem de ano em que vão acontecer vários aglomerados, é perspetivável que em janeiro vamos continuar a ter um aumento do número de casos de infeção respiratória e, lá para a segunda semana de janeiro, talvez possamos começar a assistir a uma diminuição da sua incidência", diz Gustavo Tato Borges, da Associação de Médicos de Saúde Pública.
Do total de casos de gripe, nove em cada dez são gripe A. O pneumologista Agostinho Marques diz que a estirpe que atualmente circula é a menos grave.
“A razão porque aparece um surto de gripe deste género é porque nós passámos dois ou três anos com muita proteção para as infeções respiratórias”, refere Gustavo Tato Borges.
A máscara pode ser novamente uma forma de proteção importante. Quando há sintomas de infeção respiratória, aconselha-se o uso no local de trabalho e sempre que se recorre às urgências médicas.
“Se estão doentes respiratórias, mesmo que tenham febre, a maior parte não tem, devem tomar paracetamol, procurar aconchego em casa e esperar que a febre desça ao fim de três dias. Se a febre se prolonga, ou se passar e voltar, aí sim devem procurar ajuda médica”, sublinha Agostinho Marques.
As infeções respiratórias estão a pressionar os serviços de urgências de todo o país e em algumas zonas são responsáveis pela maioria dos internamentos, sobretudo os da população idosa e doentes crónicos.
"Uma recomendação que se deve fazer às pessoas é vacinarem-se ainda. Claro que, se for vacinado hoje e for contagiado amanhã, não protege. Demora 10 a 14 dias. O problema é que ainda temos muito inverno pela frente e muitos vírus a circular", alerta o pneumologista.
Até ao momento, mais de 2 milhões de pessoas já foram vacinadas contra a gripe e quase 1 milhão e 800 mil receberam o reforço contra a covid-19.