País

Presidente da República arranca 2024 com uma mensagem para o país

Marcelo Rebelo de Sousa falou ao país, a partir de Belém, e abordou alguns dos principais temas do ano de 2023. Não esqueceu também de apelar ao voto nas eleições legislativas de março.

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Às 20:00 Marcelo Rebelo de Sousa falou diretamente do Palácio de Belém para os portugueses para a habitual Mensagem de Ano Novo.

Às 20:00 em ponto, Marcelo Rebelo de Sousa iniciou a sua declaração, tal como previsto. Inicialmente, o chefe de Estado começou por desejar um feliz 2024 a todos os portugueses.

Depois, relembrou que 2023 foi um ano decisivo no mundo, na Europa e em Portugal. Destacou que “ficou claro” que, no ano que passou, “a guerra na Ucrânia está para durar” e mencionou ainda a imprevisível escalada no conflito entre Israel e o Hamas e a descida da inflação que se verificou em Portugal.

Frisou que “ficou claro” que o mundo deve estar atento às eleições norte-americanas que se avizinham (novembro de 2024) “para percebermos como vai ser o tempo imediato no mundo, nas guerras e na economia”.

A “economia marcou passo”

Marcelo afirmou que a “economia marcou passo” mesmo nos países com maior poderio económico da Europa e que “o egoísmo, o fechamento, a preocupação com a segurança ganhou adeptos”. No entanto, vincou que “ficou claro” que a maioria entende que negar “alargamentos e parcerias é pior do que fazê-las.”

Apelou ainda ao voto nas eleições europeias “para percebermos como vai ser o tempo imediato na Europa”.

Sobre Portugal, especificamente, disse que “ficou claro” que “contas certas, maior crescimento, emprego, qualificação das pessoas e exportações” são essenciais. Por outro lado, sublinhou que no ano transato o país percebeu que “crescimento sem justiça social não é sustentável”. Acrescentou que o acesso à saúde, à educação, à habitação, à solidariedade social é uma “peça-chave” para que haja “justiça social e crescimento”.

Referiu também que a administração pública e a justiça “podem fazer a diferença” nestes anos em que o país dispõe de fundos europeu “irrepetíveis” e de “uso urgente”.

“2023 acabou com mais desafios e mais difíceis"

Acerca das eleições legislativas de março, o Presidente da República afirmou que os portugueses deveriam estar “muito atentos e motivados”.

“2023 acabou com mais desafios e mais difíceis do que aqueles que havia começado”, apontou.

Vincou que a “democracia nunca tem medo de dar a palavra ao povo e nisso se distingue da ditadura" e deixou claro que 2024 será “aquilo que os votantes quiserem”.

Por todas as eleições que se aproximam - legislativas, europeias, Governo dos Açores e nos EUA- este ano será, segundo Marcelo, “mais decisivo do que o de 2023”.

Não se esqueceu de mencionar os 50 anos do 25 de abril e lembrou que em 1974, em Portugal, “as contas já não eram certas”.

“Há meio século, com censura, sem liberdade de organização e ação política não era possível votar-se livremente. E os que estavam recenseados para votar eram apenas dois milhões em cerca de 10 e os votados todos de um só partido”, recordou.

“Sem voto não há democracia”

Em novo apelo sobre as eleições, o chefe de Estado referiu que o “voto não é tudo”, mas mencionou que “sem voto não há democracia”. Reconheceu que todas as democracias, incluindo a portuguesa, “são inacabadas, imperfeitas, desiguais, deveriam ser menos pobreza, menos injustiça, menos corrupção, menos desilusão dos menos jovens e mais lugar para trabalhar e viver dos mais jovens”.

Para o Presidente da República, “o que se espera e exige” dos próximos 50 anos é “muito mais do que aquilo que foi realizado" desde 1974, uma vez que “os tempos são e serão sempre mais rápidos, mais exigentes e mais difíceis”.

“Desde 1974, entre nós, é o povo e só o povo que mais ordena, quem mais decide a pensar no seu futuro, a pensar no futuro de Portugal”, declarou, antes de se despedir com “um bom 2024”.

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