O PSD fala de um negócio obscuro e exige a divulgação do despacho do Ministério das Finanças que levou à compra de uma participação do Estado nos CTT, através da Parpública. Hugo Soares diz que António Costa e Pedro Nuno Santos, que na altura tinha a tutela do setor, devem explicações ao país.
Esta quarta-feira ficou esclarecido que a Parpública comprou ações dos CTT por ordem do Governo, quando o Executivo estava a negociar o Orçamento do Estado para 2021 com os partidos de esquerda.
Nesta ótica, Hugo Soares pede explicações a Pedro Nuno Santos, que estava com a tutela do setor, acusando o ex-ministro de querer tornar tudo o que é privado público.
“Pedro Nuno Santos entende que tudo o que é privado deve ser público, foi assim na TAP e pelos vistos tinha esse objetivo também nos CTT, mas tem de dar a cara e explicar. Pedro Nuno Santos brincou aos aviões e depois quis brincar aos correios. Isto custa dinheiro aos portugueses e temos de saber essa explicação”, esclarece.
Da mesma forma, Hugo Soares não exclui o primeiro-ministro de responsabilidade nesta decisão e pede, também, explicações entre as “visitas” que António Costa “se lembrou” de fazer a dois meses das Legislativas 2024.
“Exorto o primeiro-ministro, uma vez que está tão motivado para a campanha eleitoral usando o Governo de Portugal para fazer campanha para o Partido Socialista - que se lembrou agora, a cerca de dois meses das eleições legislativas de visitar tudo o que seja obras, ainda por cima atrasadas e mal executadas no país - para que num desses momentos tenha oportunidade de fazer o que lhe compete: ser transparente e explicar ao país o que motivou a compra de participações sociais dos CTT por parte da Parpública e a mesma exigência se faz ao candidato a primeiro-ministro, secretário-geral do Partido Socialista Pedro Nuno Santos”, conclui o membro social-democrata.
O Bloco de Esquerda, na altura, exigia a reversão da privatização dos correios e, por isso, o Governo comprometeu-se a comprar ações para ficar com uma posição na empresa.
Como não foram atingidos os 2%, não houve comunicação pública ao mercado. O despacho terá sido assinado pelo então ministro das Finanças, João Leão.