País

Bombeiros vão passar a cobrar aos hospitais que retenham macas das ambulâncias

Liga dos Bombeiros diz que unidades têm de assumir responsabilidades pelos entraves à prestação de socorro. Por cada duas horas de retenção das macas, vão ter de pagar 50 euros às corporações.

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A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) vai penalizar os hospitais que retenham as macas das ambulâncias, numa decisão avançada esta quarta-feira. Os bombeiros vão começar a cobrar aos hospitais 50 euros por cada duas horas que as macas das ambulâncias ficarem retidas nas urgências.

A Liga dos Bombeiros Portugueses afirma que “deverá aprovar na próxima segunda-feira, 8 de janeiro” essas sobretaxas, tendo já informado a direção executiva do Serviço Nacional de Saúde (SNS) da medida que entra em vigor na próxima quarta-feira, dia 10 de janeiro.

"Essas sobretaxas deverão aliás ser um dos temas da reunião que o presidente da LBP vai ter no dia seguinte, 9 de janeiro, no Porto, com a Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde”, afirma a LBP em comunicado.

Por falta de espaço, centenas de doentes têm ficado à espera de atendimento nas macas dos bombeiros ou até mesmo dentro das ambulâncias, o que impede a utilização das viaturas de socorro para outros episódios de urgência.

A LBP diz que os hospitais têm de assumir responsabilidades por estes entraves à prestação de socorro.

De realçar que esta já é uma situação mencionada à SIC Notícias em agosto de 2023 pelo presidente da Liga, na qual António Nunes frisou estar a ser feita uma má gestão dos recursos.

Tempos de espera

Grande Lisboa

Em especial na zona da Grande Lisboa, os constrangimentos nas urgências persistem com elevados tempos de espera para atendimento.

Durante a noite desta quarta-feira, o tempo médio de espera no Hospital Beatriz Ângelo, chegou a atingir as 22 horas para doentes muito urgentes (pulseira laranja), segundo o portal do SNS. Às 8 horas desta quinta-feira, o tempo de espera para doentes urgentes ultrapassava as 12 horas, numa lista de espera de mais de 50 pessoas.

No Hospital de Santa Maria e no Hospital Egas Moniz a demora no atendimento está estimada em oito horas, para doentes urgentes.

Segundo os dados do portal do SNS, consultados pela agência Lusa, no Hospital de Santa Maria, o tempo médio de espera era de 11 horas e 22 minutos, com 36 doentes a aguardar atendimento (pulseira amarela).

Existiam ainda 28 doentes menos urgentes (pulseira verde), com um tempo de espera médio de 20 horas e 33 minutos.

Ainda na região de Lisboa e Vale o Tejo, o tempo médio de espera para doentes urgentes era de cinco horas no Hospital Fernando Fonseca (Amadora-Sintra), onde 27 pessoas aguardavam atendimento.

Centro

Acima do Tejo, destaque para o Hospital Universitário de Coimbra que também estava esta manhã com uma média de tempo de espera de oito horas.

Zona Norte

No Grande Porto, no Hospital de São João a espera ultrapassava as duas horas e duas pessoas aguardavam atendimento, enquanto no Santo António não ia além da uma hora e 27 minutos (três pessoas à espera). Nesta região, a situação mais crítica verificava-se no Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, com uma espera de quase cinco horas, mas apenas duas pessoas aguardavam.

Os dados referem-se ao tempo médio de espera para atendimento nas últimas duas horas e o número de doentes apresentado é o das pessoas que se encontram atualmente a aguardar atendimento, após triagem.