Decorre este fim de semana o 24.º Congresso Nacional do PS com um novo líder. Pedro Nuno Santos apresentará propostas que farão parte do programa eleitoral socialista. No domingo será formalizada a nova Aliança democrática.
O Congresso do PS arranca hoje com o discurso de despedida António Costa. Neste congresso Pedro Nuno Santos terá de conseguir o protagonismo que o papel que agora desempenha exige, sem o “fantasma” de Costa a ofuscá-lo e outras "sombras" como a Operação Influencer ou o caso dos CTT, sublinha Liliana Borges.
“Pedro Nuno Santos tem como desafio não só afirmar a sua liderança, mas apresentar uma equipa mais fresca, vinda de um partido que esteve no Governo nos últimos 8 anos e tendo ele próprio também um passado neste Governo”.
É um desafio e “uma das preocupações para Pedro Nuno Santos, mas também para o próprio PS conseguir demarcar-se a destes casos”.
"Há uma questão de falta de transparência e tendo em conta que o contexto das eleições legislativas acontece devido a uma investigação na Justiça, a Operação Influencer, há aqui mais um abalo na confiança no PS e nas próprias instituições.
A questão da união do Partido é um dado novo, se compararmos, por exemplo, com a transição da liderança de António José Seguro para António Costa, aqui temos um esforço que Pedro Nuno Santos faz para ficar com José Luís Carneiro próximo dele.
“Há essa preocupação de unir o partido porque o contexto do país assim o exige para apresentar um PS forte e que não esteja só dependente de uma maioria de esquerda”.
Iremos ver neste Congresso também os discursos de Francisco Assis “que representará apresenta a ala direita do PS e irá ser importante esse discurso para moderar ou não a posição de Pedro Nuno Santos, que a direita continua a colar a uma posição de um líder mais radical do que António Costa”.
Duarte Cordeiro tem assinalado a intenção do discurso marcado para hoje, “está a afastar-se um bocadinho da primeira linha de política, continua nos bastidores”.
“Será interessante também ouvir Marta Temido, que é apontada como possível candidata do PS a Lisboa”, também envolvida num caso que pode minar de certa forma a confiança dos portugueses.
Aliança Democrática será formalizada no domingo
O principal e primeiro desafio desta coligação para se afirmar como alternativa “é afastar o discurso do passado”, salienta Liliana Borges referindo que o a declaração de ontem de Luís Montenegro foi “um pouco confusa porque falava do futuro, mas ao mesmo tempo lembrava os feitos da Aliança Democrática do passado”.
“São uma Aliança Democrática completamente diferentes, os protagonistas são diferentes, o país está diferente e acho que aqui o desafio é mostrar que o nome é reutilizado, mas que a coligação e os projetos para o país são novos e que não é uma coisa já mastigada e que traz algum projeto novo para o país”.