O protesto de polícias da PSP por melhores condições salariais e de trabalho prossegue esta terça-feira, após centenas de agentes se terem concentrado na segunda-feira frente à Assembleia da República e à Câmara do Porto e de terem parado as viaturas.
Além dos problemas com a frota da PSP a revolta aumentou depois de ter sido aprovado um subsídio de risco para a Polícia Judiciária que não incluiu as outras forças de segurança.
“Não percebemos como é que esse suplemento não é atribuído à PSP, até porque a justificação que é dada para o suplemento enquadra-se nas funções que a PSP diariamente executa”, questiona Paulo Macedo, do Sindicato dos Profissionais da Polícia.
Impedidos pela lei de fazer greve, decidiram juntar-se ao colega, que foi sozinho para a escadaria da Assembleia da República em protesto, numa vigília para relançar a discussão.

Os polícias avisam que há várias esquadras sem um único carro-patrulha operacional e que há agentes obrigados a deslocar-se a pé para responder às ocorrências.
Parece um cemitério de carros-patrulha com fim anunciado para o ferro velho mais próximo. Algumas viaturas só precisam de manutenção, mas nem para as pastilhas dos travões pedidas há dois meses foi encontrada uma solução.
“Estamos a falar de luzes que não funcionam, as sirenes, luzes de travão acesas ou seja os travões estão gastos”, refere Armando Ferreira, do Sindicato Nacional da Polícia.
Para quem trabalha nas esquadras da segunda divisão de que fazem parte os Olivais, Chelas e o Campo Grande a vida não está fácil. Há viaturas com os pneus carecas e praticamente em fim de vida.
O retrato é idêntico em outras divisões, por exemplo a primeira, junto ao Martim Moniz tem vários carros-patrulha e nem um para sair em serviço.
O Governo promete um reforço de mais de 700 viaturas e avisa que nenhuma viatura pode circular sem ter as revisões em dia.
“Não há nenhuma orientação ou instrução de qualquer chefia para que conduzam viaturas sem que tenham a revisão realizada”, garante José Luís Carneiro.
Contactados pela SIC, os polícias acusam o ministro da Administração Interna de tentativa de branquear a realidade.