O médico foi detido em casa e seguiu, depois, com a Polícia Judiciária para o centro de saúde de Loulé, onde dava consultas desde 2011. A investigação implicou a realização de buscas em vários locais, incluindo o consultório privado do médico.
As buscas, quer na unidade de saúde pública, quer no consultório particular foram acompanhadas por um representante da Ordem dos Médicos.
O clínico geral, de 65 anos, venderia certidões de óbito por 80 euros. Os documentos eram passados à distância sem que o médico se deslocasse ao local. Na prática, as causas da morte não eram verificadas, mas o processo fúnebre era acelerado, já que dispensava a intervenção da polícia ou a realização de autópsias.
Por apurar está ainda a quantidade de certificados de óbito emitidos nestas circunstâncias, mas há suspeitas de uma prática continuada. As suspeitas de corrupção partiram de uma denúncia com mais de dois anos e implicaram ainda buscas a uma funerária com porta aberta em Loulé e Faro. O responsável pela empresa não esteve disponível para prestar esclarecimentos à SIC.
Na sequencia da detenção do médico, presente esta quarta-feira para primeiro interrogatório judicial, a unidade local de saúde do Algarve, responsável pelo centro de saúde de Loulé, deverá avançar com um processo de inquérito.