Em 2023 foram registados 1036 episódios de violência contra profissionais de saúde. Este valor representa uma descida de 37% dos casos face ao ano anterior. Enfermeiros, médicos e assistentes técnicos são os grupos mais afetados.
Os dados ainda não estão finalizados, mas a plataforma Notifica da Direção-Geral de Saúde (DGS) mostra que foram registados 1036 episódios de violência
contra profissionais de saúde em 2023.
Desta forma, são menos do que os 1632 registados em 2022, mas, segundo o coordenador do programa da DGS, podem não espelhar a realidade completa, na medida em que há casos que podem não estar a ser reportados.
“Sabemos pelas estatísticas internacionais e por outros estudos que 50% dos profissionais de saúde têm, pelo menos, um episódio de violência nos 12 meses anteriores. O problema é que há tipo de violência já é normalizada”, esclarece o coordenador do Programa Violência no setor da Saúde, André Biscaia.
A maioria dos casos são de natureza psicológica, mas há mais de 300 que foram denunciados como crime.
“Sabemos que aconteceram, neste ano e meio, mais de 450 processos de acidente em serviço, que originaram mais de 4.000 dias de ausências por parte de profissionais. Quatro mil dias é no fundo um centro de saúde a funcionar um ano inteiro”, acrescenta o coordenador do Gabinete para a Prevenção e Combate à Violência, Sérgio Barata.
Os responsáveis acreditam que a solução começa na prevenção e na deteção destes casos de crime.