Nos últimos 10 anos, pelo menos 150 veículos foram cedidos pelas autarquias à PSP para fazer face à falta de meios.
Apesar da segurança não ser uma competência das autarquias, as câmaras mais abastadas procuram compensar as falhas do Estado. Só entre 2018 e 2023, Cascais investiu quase dois milhões de euros: 400 mil euros por ano em novos equipamentos para as forças de segurança.
“Instalações, manutenção e, sobretudo, viaturas. Carros de patrulha, viaturas descaracterizadas (…) com manutenção associada”, explica Jorge Roquette Cardoso, adjunto do presidente da autarquia de Cascais.
Ao serviço da PSP estão seis viaturas cedidas pela autarquia com manutenção incluída, mas mesmo as que pertencem à polícia também costumam ser reparadas nas oficinas da Câmara.
“Achámos estranho, porque se viam poucas viaturas a circular e, portanto, todas elas estavam paradas por um conjunto de circunstâncias (…). Criámos um procedimento específico de 132 mil euros para reparação de viaturas que são propriedade da PSP e da GNR. O que conseguimos com isto? Até ao dia de hoje, quanto me é dado a saber, têm as viaturas todas operacionais”, refere Jorge Roquette Cardoso.
Outras autarquias também ajudam, da melhor maneira possível, para garantir maior segurança nas ruas. A Câmara de Sintra, confirma à SIC, que nos últimos seis anos colocou 12 novos carros-patrulha ao serviço da PSP e GNR.
A Câmara de Lisboa através das juntas de freguesia também garante ter cedido às forças de segurança viaturas e casas de arrendamento acessível.
A Direção Nacional da PSP, contactada pela SIC, admite que nos últimos 20 anos já recebeu mais de 250 veículos, mas a maior parte não se encontra operacional.