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"Há sempre um desejo de regressar", o testemunho de quem teve de emigrar

Um novo estudo do Observatório da Emigração indica que Portugal tem a taxa de emigração mais alta da Europa e uma das mais altas do mundo. Cerca de 30% dos jovens nascidos no país já vivem fora de Portugal.

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Portugal tem a taxa de emigração mais alta da Europa. Segundo uma estimativa do Observatório da Emigração, divulgada pelo jornal Expresso, 30% dos jovens entre os 15 e os 39 anos, que nasceram em Portugal, decidiram deixar o país.

São mais de 850 mil jovens portugueses que saíram de Portugal em algum momento e vivem agora no estrangeiro. Os dados, embora estimativos, partem da caracterização das comunidades estrangeiras dos países de destino.

Maria das Dores e Noel têm dois filhos, o mais velho é investigador científico nos Países Baixos e a mais nova é enfermeira no Reino Unido. Ambos emigraram assim que terminaram os respetivos cursos, uma atitude que não deixou os pais surpreendidos.

"Nunca nos opusemos a que eles conquistassem o sei próprio mundo. No que dependesse de nós, éramos abertos à aventura", diz Maria das Dores Cunha.

Para o filho mais velho, que partilha o nome do pai, um regresso a Portugal não está fora de hipótese, mas há muitos fatores a pesar e não é apenas uma questão de salário.

"Há sempre um desejo de regressar, mas implicaria um ajustamento de realidade e expectativa que às vezes é difícil de conciliar com objetivos profissionais. Teria de abdicar de algumas coisas", conta Noel.

Nos destinos mais procurados para portugueses há tendências que se mantêm e outras que se alteram. França continua a ser o país com mais emigrantes portugueses, mais de 600 mil.

Ainda assim, são mais os que entram do que aqueles que saem do país. Nunca chegaram tantos imigrantes a Portugal, o que explica o saldo migratório positivo. Em 2022, a população residente no país aumentou em mais de 46 mil pessoas.