Nos últimos dias tem sido reportado um cheiro particular no centro de Lisboa e em concelhos vizinhos, como Oeiras e Cascais. A SIC contactou a ZERO para saber qual poderá ser a origem deste estranho odor.
“Não sabemos bem”, afirma o presidente da Associação Sistema Terrestre Sustentável ZERO, Francisco Ferreira.
“É estranhíssimo, quase impossível, que venha de Ferreira do Alentejo. Estamos a falar de mais de 100 quilómetros de distância”, explica Francisco Ferreira sobre uma das primeiras hipóteses pensadas.
"Não conseguimos ter qualquer certeza, pois seria preciso modelos para testar”, mas segundo o presidente da ZERO é certo que é ”o vento de sudoeste" que está a trazer este odor para a região da capital.
“É o vento que está a trazer esta massa de ar. Tendo em conta o tipo de cheiro, a essência adocicada, uma das possibilidade poderá ser instalações de processamento de azeitona, localizadas na Península de Setúbal”, esclarece.
“O nosso nariz é muito sensível”
O professor na Faculdade de Ciência e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa conta que foi ainda descartada outra possibilidade do cheiro poder vir de duas fábricas da região, tendo em conta que este não é um odor a papel ou cereais cozidos, como já foi sentido anteriormente.
Explica que nunca foi sentido este cheiro junto da Iberol, apenas o dos cereais. “Chegámos a sentir [cheiro semelhante] na CIMPOR quando recebiam cargas de bagaço de azeitona para queimar”, acrescenta dizendo que, ainda assim “é muito estranho este cheiro em Lisboa”.
“Quando existe uma fonte de poluição, este ar sai em formato de cone, em direção à atmosfera, podendo os odores viajar vários quilómetros. Mas também é certo que o nosso nariz é muito sensível e consegue sentir facilmente pequenas partículas", conclui.