Mais de 150 pessoas assinam uma carta de apelo aos partidos de esquerda para que sejam claros nos compromissos que estão dispostos a fazer para resolver os problemas do país – tais como a precariedade e a corrupção. O documento "Queremos as contas certas de medidas urgentes" é promovido por Pilar del Río, presidente da Fundação Saramago, e Eduardo Paz Ferreira, jurista e professor universitário jubilado.
Alertam que “2024 é um ano perigoso”, que levanta preocupações sobre a “banalização do mal em genocídios que vão escalando” e as “regressões em direitos humanos fundamentais, como o de asilo e de proteção contra as guerras”. Veem também a “ascensão da extrema-direita na Europa, nos Estados Unidos, na Argentina e noutras regiões” como uma preocupação, assim como a falta de ação no combate à alterações climáticas e por uma “transição climática justa”.
“Nesse sentido, apelamos aos partidos de esquerda para que apresentem as suas propostas e divulguem os compromissos que estão dispostos a fazer para resolver problemas que atormentam o país, da precariedade à corrupção, da degradação de serviços públicos à pobreza dos idosos e crianças, da educação aos cuidados de saúde, do funcionamento da justiça à estabilidade nas escolas, das desigualdades entre homens e mulheres e discriminação das minorias étnicas à liberdade da comunicação social e à criação cultural”, pode ler-se na carta.
Os subscritores afirmam ainda querer “contas certas de prazos e objetivos desses compromissos”, reconhecendo que “a democracia não é um jogo político que se faz depois das eleições”, mas a “democracia é a decisão informada e exigente nas eleições”.
Entre os subscritores deste manifesto, destacam-se importantes figuras do PS e do Bloco de Esquerda, como Catarina Martins, João Cravinho e Ana Gomes, juristas, professores universitários, médicos e músicos, como Sérgio Godinho e Pedro Abrunhosa.