Há mais duas demissões na administração da Global Media. Paulo Lima de Carvalho e Filipe Nascimento apresentaram na quinta-feira a renúncia da gestão executiva do grupo.
Alegam "justa causa" e o incumprimento de promessas que não permitem a continuação das funções.
Isto acontece depois dos trabalhadores do Jornal de Notícias e do Jogo anunciarem que vão suspender os contratos de trabalho.
A entidade empregadora entrou em incumprimento ao não pagar os ordenados de dezembro e o subsídio de Natal.
O World Opportunity Fund (WOF), que controla a Global Media, transmitiu a sua indisponibilidade em transferir dinheiro para pagar os salários em atraso até uma decisão da ERC - Entidade Reguladora para a Comunicação Social e de um "alegado procedimento cautelar", disse o presidente do Global Media Group (GMG), em comunicado.
Além disso, acrescenta José Paulo Fafe, o fundo também lhe transmitiu a sua "indisponibilidade em efetuar qualquer transferência até que o alegado procedimento cautelar de arresto anunciado publicamente pelo empresário Marco Galinha seja retirado".
Em 6 de dezembro passado, em comunicado interno, a Comissão Executiva do grupo Global Media anunciou que iria negociar com caráter de urgência rescisões com 150 a 200 trabalhadores e avançar com uma reestruturação que disse ser necessária para evitar "a mais do que previsível falência do grupo".
Bruxelas espera solução “rápida e sustentável”
A vice-presidente da Comissão Europeia, Vera Jourová, disse na quinta-feira esperar uma solução "rápida e sustentável" para a situação da Global Media, deixando uma palavra de agradecimento aos jornalistas do grupo.
A comissária expressou a sua solidariedade para com os jornalistas do grupo, que "continuam a preencher as páginas", apesar de não receberem os seus salários.