
O anúncio chegou na noite desta quinta-feira, depois de, pelo menos, duas ameaças anteriores. Carla Castro vai desfiliar-se da Iniciativa Liberal avançou o jornal Público. A deputada liberal diz que esta “é a altura certa" e evita "distorções ou distrações mediáticas”. Esta manhã, o líder do partido lamentou, mas recusou alongar-se nos comentários.
“Obviamente que lamento tudo isto mas, neste momento, estou focado no dia 10 de março e em trazer soluções para o país", disse Rui Rocha, em declarações aos jornalistas em Bragança, onde estava manhã visitou a Brigantia EcoPark, parque de ciência e tecnologia.
Perante a insistência dos jornalistas quis elencar alguns “factos”. "Há um mês, Carla Castro mostrou disponibilidade para integrar as listas da IL. Depois, perante um convite concreto para uma posição entre o 5.º e o 7.º lugar nas listas de Lisboa, entendeu recusar. Decide agora e anuncia a sua saída", referiu Rui Rocha.
Nas eleições legislativas de janeiro de 2022, Carla Castro tinha ocupado o segundo lugar da lista pelo círculo eleitoral de Lisboa, logo atrás do antigo líder João Cotrim Figueiredo.
Questionado sobre se entende a saída de Carla Castro também tendo em conta a posição que lhe foi oferecida na lista de candidatos, Rui Rocha disse que não comenta as decisões que foram tomadas.
"As pessoas saberão das suas decisões. Eu tenho que saber da minha missão, da minha responsabilidade e do meu objetivo", afirmou o presidente do partido, adiantando ainda que "não houve conversas nos últimos tempos" com a ainda deputada.
Na convenção da sucessão a João Cotrim Figueiredo, que elegeu Rui Rocha há quase um ano, a lista L, do novo líder, alcançou 51,7% votos, enquanto a lista M, de Carla Castro teve 44% dos votos e a lista A, de José Cardoso, alcançou 4,3% dos votos.
A saída de Carla Castro do partido acontece depois de, no início de janeiro, o antigo candidato à liderança da IL José Cardoso ter anunciado também a desfiliação da IL, que acusou de desrespeitar os seus princípios e de ter considerado estar "montada uma fraude" para impedir alterações na Convenção estatutária de julho.
Com LUSA