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Estruturas da PSP e GNR estranham cálculos do Governo sobre subsídio de risco

Os cálculos do Executivo foram feitos tendo como pressupostos aplicar um suplemento de risco de 15% para os oficiais da GNR e PSP e de 10% para os sargentos e guardas da GNR e chefes e agentes da PSP.

Estruturas da PSP e GNR estranham cálculos do Governo sobre subsídio de risco
Images by Steve Skinner Photogra/Getty Images

As estruturas representativas dos polícias da PSP e dos militares da GNR estranharam esta terça-feira os cálculos feitos pelo Governo em relação ao subsídio de risco, uma vez que não receberam qualquer proposta por parte do Executivo.

"O Governo devia estar a falar com os sindicatos mas até ao momento não tivemos qualquer contacto formal para discutir se há vontade de atingir a paridade no suplemento de missão com a PJ e de que forma se vai atingir. Mas para se dar esse passo é preciso falar com os sindicatos", disse à agência Lusa o presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP), Paulo Santos.

Um dia antes de se realizar em Lisboa uma manifestação que poderá juntar milhares de polícia da PSP e militares da GNR, o Governo divulgou, através do Diário de Noticias e Correio da Manhã, os custos de aplicar aos elementos das forças de segurança o suplemento atribuído à Polícia Judiciária.

Fonte do Governo confirmou à Lusa que o suplemento de missão da PJ aplicado à PSP e à GNR teria um custo de cerca de 154 milhões de euros.

No entanto, a mesma fonte esclareceu que não há negociações em curso com os sindicatos da PSP e associações da GNR, reafirmando que é uma questão que terá de ser avaliada pelo futuro Governo, uma vez que o atual está em gestão e sem legitimidade para iniciar negociações sindicais.

"Estar a falar de valores sem que se saiba do que estamos a falar de forma concreta e efetiva não interessa. Queremos sim que haja conversação, compromisso e se atinge paridade com a PJ", realçou Paulo Santos, desconhecendo se os cálculos feitos pelo Governo vão permitir que os polícias fiquem a receber o mesmo valor dos inspetores da PJ.

O presidente do maior sindicato da PSP reafirmou que os polícias exigem "equilíbrio relativamente ao risco, penosidade e salubridade" em relação à PJ.

Segundo o Governo, o suplemento aplicado à PJ é indexado ao salário base do diretor da Polícia Judiciária. No caso da PSP e da GNR, os suplementos também seriam indexados aos salários bases do diretor nacional da Polícia de Segurança Pública e do comando-geral da Guarda Nacional Republicana.

Os cálculos foram feitos tendo como pressupostos aplicar um suplemento de risco de 15% para os oficiais da GNR e PSP e de 10% para os sargentos e guardas da GNR e chefes e agentes da PSP. Os aumentos rondariam, em média, quase 600 euros para os oficiais e cerca de 300 euros para os agentes e guardas.

Na PJ, o aumento foi de 518,86 euros para os inspetores e de 663 euros para carreira de especialista da polícia cientifica é de 663,96 euros, passando o suplemento de missão para o valor de 1.026,85 euros em todas as carreiras.