O conselho regional do PSD escolhe esta segunda-feira o substituto de Miguel Albuquerque, mas o Presidente da República poderá convocar eleições antecipadas. Para Paulo Baldaia, é expectável que Marcelo Rebelo de Sousa, “em coerência com aquilo que decidiu para a República em novembro, em março tome essa decisão”. Sobre as propostas dos partidos para as legislativas, o comentador da SIC diz que “temos assistido a um leilão de ver quem dá mais”.
“Expectável é que o Presidente, em coerência com aquilo que decidiu para a República em novembro, em março tome essa decisão, mas a mim parece-me evidente que o Presidente está a querer jogar com o tempo que tem, amarrando-se à formalidade que diz que ele não tem competências sobre o que já aconteceu na Madeira até 26 de março", começa por explicar.
Paulo Baldaia sublinha que Marcelo “terá sinalizado no lado direito do espectro político de que se prepara para fazer o mesmo que fez aqui, mas a verdade é que do lado esquerdo ou principalmente o PS tem estado nos últimos dias a criticar o Presidente da República por ele não ter dado sinais, pelo menos não deu sinais para o lado esquerdo, de que pretendia fazer o mesmo que fez na República e, portanto, vamos mesmo ter que esperar”.
O comentador da SIC refere que mesmo depois da escolha de um nome na reunião de hoje, Miguel Albuquerque pode não sair no imediato.
“Pode haver um nome para o substituir no pós em orçamento e eu julgo que aí o PAN terá disponibilidade para continuar a apoiar o Governo PSD, CDS que faz maioria com com o PAN, porque há uma coligação e depois há um acordo parlamentar com o PAN. E que o PAN estará disponível para deixar ficar Miguel Albuquerque até ao momento em que o Orçamento for aprovado e então ser substituído”, diz Paulo Baldaia.
“Leilão de ver quem dá mais muito concentrado nos pensionistas”
Sobre as eleições legislativas, o comentador da SIC considera que estamos a assistir “a um leilão de ver quem dá mais”
"Os partidos políticos todos, principalmente aqueles que têm tido responsabilidades governativas, já faço desconto ao Chega que ofereceu mesmo tudo o que era possível e imaginário a toda a gente.
Mas mesmo quando olhamos para o PS e para o PSD, que é suposto serem partidos com um cuidado maior, aliás, criou-se uma uma moda boa de de apresentar as contas para mostrar que as propostas são viáveis, aquilo que nós temos assistido é um leilão de ver quem dá mais. E o quem dá mais está agora muito concentrado nos pensionistas, porque são um grupo de eleitores que é grande e, sobretudo, são aqueles que votam mais, onde há menos abstenção", refere Paulo Baldaia.
“Isto significa que PS e PSD já perceberam que a eleição decidindo-se por pouco, havendo muitos partidos representados na Assembleia da República, com a possibilidade de haver um crescimento à direita, quer para o Chega, quer para a Iniciativa Liberal, mas sobretudo para o Chega. Para ganhar as eleições, vão contar muitos votos dos pensionistas e, por isso, é que temos assistido nas últimas semanas a uma espécie de leilão e não apenas de leilão, de queixas, de apontar o dedo ao PS, ao PSD, porque estes eleitores podem decidir quem vai ganhar as eleições a 10 de março”, conclui o comentador da SIC.
---
"Temos assistido a um leilão de ver quem dá mais"
----
Mesmo que surja um líder para o governo regional vai ser sempre um lider de transição? O que é que se segue? Albuquerque sai no imediato?
Estamos a seis semanas das eleições... daqui a um mês entramos oficialmente em período de campanha... mas as propostas vão sendo conhecidas. É raro o dia em que não surgem promessas. Estamos na fase de ver quem dá mais?
Que grupo de eleitores é que podemos dizer que merece nesta altura maior atenção dos vários partidos?