As obras ligadas às empresas de Avelino Farinha e Custódio Correia continuam a avançar, na Madeira, aparentemente alheias à investigação que levou à detenção dos dois empresários, e do então presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado, que se demitiu do cargo.
Ainda assim, o clima é de tensão entre os trabalhadores. Muitos temem que os salários não cheguem a tempo, depois de a Polícia Judiciária ter apreendido material informático com dados que poderão ter peso na hora de fazer os pagamentos.
"Há naturalmente empresas que têm pagamentos a fazer de salários, a fornecedores, à Segurança Social, que dependem de ter autorizações para o fazer. Em teoria, admito que possa haver alguma dessas pessoas (detidas) que só elas é que tenham esses códigos de acesso ou essas autorizações, ou até que estejam nos materiais informáticos que foram apreendidos", explica o advogado Ricardo Vieira, sublinhando que "um juiz que vai analisar estas situações, ao fixar medidas, e tem obrigação de ver a totalidade dos efeitos que as medidas podem ter", isto num cenário, por exemplo, de apreensão de contas bancárias. O advogado acredita, tendo em conta o impacto social devido ao elevado número de trabalhadores empregados nestas obras, que "não saíram de lá medidas desse género".