O líder do PSD, Luís Montenegro, reuniu esta quinta-feira com os representantes sindicais das forças de segurança e detalhou que “o Governo perdeu oito anos para resolver situações” como as condições dos polícias.
Após uma reunião com os representantes sindicais das forças de segurança, o líder social-democrata Luís Montenegro criticou o Governo do Partido Socialista por não ter resolvido os problemas do setor.
“O Governo perdeu oito anos para resolver questões como esta, o que recebi de informação por parte dos representantes dos sindicatos é que durante os oito anos não foi feito nada para valorizar a condição policial destes profissionais e a sua condição remuneratória, isto de acordo com todos os outros setores de atividade, traça um retrato no âmbito da administração pública que é deveras preocupante”, disse.
Mais. Montenegro aproveitou para acrescentar que o Estado está com “dificuldade em atrair e reter bons profissionais para a administração pública”.
“Tendo nos sido vendido que Portugal estava num ciclo de desenvolvimento e prosperidade, é uma contradição, como ter impostos no máximo e serviços públicos cada vez mais deteriorados”, esclareceu.
Mesmo com as questões e insistências dos jornalistas, Montenegro voltou a não comentar o caso na Madeira, nomeadamente sobre quem será o sucessor de Miguel Albuquerque.
Já no início de janeiro, o líder do PSD manifestou esta terça-feira solidariedade aos elementos das forças de segurança, considerando que a contestação destes profissionais é resultado de oito anos de políticas públicas de desinvestimento.
"Isto é o resultado de oito anos de políticas públicas em que houve um grande desinvestimento na administração pública e em muitas das condições nas quais os prestadores de serviço, nomeadamente no caso da segurança, acabaram por se confrontar", afirmou Luís Montenegro, na Calheta, ilha de São Jorge, Açores, arquipélago onde até sábado prossegue o programa "Sentir Portugal".
Os protestos
O protesto de polícias da PSP por melhores condições salariais e de trabalho prossegue esta terça-feira, após centenas de agentes se terem concentrado na segunda-feira frente ao parlamento e à Câmara do Porto e de comandos terem parado as viaturas.
A contestação dos elementos da PSP teve início após o Governo ter aprovado, em 29 de novembro, o pagamento de um suplemento de missão para as carreiras da Polícia Judiciária (PJ), que, nalguns casos, pode representar um aumento de quase 700 euros por mês.
Os polícias consideram que há um "tratamento desigual e discriminatório".