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"Estamos a pagar os erros da política”: preço da água no Algarve vai subir, o que dizem os algarvios?

Os municípios do Algarve admitem estar a estudar a aplicação de coimas e até proibições de rega de jardins privados e enchimento de piscinas para os mais abusadores.

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Os gestos do dia à dia terão de ser repensados. Para fazer esticar a pouca água das barragens algarvias. De uma ponta à outra do Algarve, os municípios decidiram aplicar a sugestão da Entidade Reguladora dos Serviços da Água e Resíduos: aumentos entre 15 e 50% para quem não gastar menos 15% do que gastou no ano passado.

Os aumentos vão afetar os consumidores individuais e as empresas, que agora terão de arranjar estratégias para gastar menos, de forma a não pagar mais.

“Na água que se lava a batata, tem de se lavar a cenoura e assim sucessivamente" , disse à SIC, Judite Dias, proprietária de um restaurante, confessando que gasta mais água la lavagem da loiça.

A decisão sobre o aumento de preços acontece duas semanas depois do Governo ter anunciado 46 medidas para impedir que o Algarve chegue ao fim do ano sem água.

“Com tanto aumento, será que isso vai reduzir o gasto da água? Ou será que temos, mais, uma vez, de pagar os erros da natureza e os da política”, acusou Graciete Gago, uma proprietária de um café.

As autarquias têm de garantir que o consumo urbano desce 15% e, mesmo com todos os sinais de alerta, o gasto de água vai no sentido oposto.

Além dos aumentos, o próximo passo é regulamentar medidas punitivas para os grandes consumidores. Os municípios algarvios admitem estar a estudar a aplicação de coimas e até proibições de rega de jardins privados e enchimento de piscinas para os mais abusadores.