Os detidos por suspeita de corrupção na Madeira continuam a ser ouvidos em tribunal. Este sábado foi interrogado Avelino Farinha. O advogado garante que o dono do grupo AFA está a cooperar com a justiça.
Avelino Farinha começou a ser ouvido no Campus de Justiça de Lisboa ainda durante a tarde de ontem, depois de concluído o interrogatório a Custódio Correia. O interrogatório ao empresário madeirense foi interrompido este sábado às 17:30, devendo ser retomado às 09:30 de segunda-feira.
O último dos três arguidos a ser interrogado será o ex-presidente da Câmara do Funchal Pedro Calado (PSD). Só no final de todos os interrogatórios serão conhecidas as medidas de coação.
Esta manhã, o advogado do dono do grupo AFA afirmou que o empresário quer explicar tudo em detalhe ao juiz.
Os detidos estão há 11 dias na cadeia anexa à Polícia Judiciária em Lisboa. As defesas pediram que fossem libertados, mas o juiz do Tribunal de Instrução Criminal recusou.
Avelino Farinha, Pedro Calado e Custódio Correia vão por isso permanecer presos até conhecerem as medidas de coação.
Buscas na Madeira
A 24 de janeiro, a PJ realizou cerca de 130 buscas domiciliárias e não domiciliárias sobretudo na Madeira, mas também nos Açores e em várias zonas do continente, no âmbito de um processo que investiga suspeitas de corrupção ativa e passiva, participação económica em negócio, prevaricação, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, abuso de poderes e tráfico de influência.
O presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, foi constituído arguido e anunciou a renúncia ao cargo dois dias depois.
Na sequência das buscas, a PJ deteve o então presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado (PSD), que também renunciou ao cargo, o líder do grupo de construção AFA, Avelino Farinha, e o principal acionista do grupo ligado à construção civil Socicorreia, Custódio Correia.